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Impulsionada por mudanças decorrentes da pandemia, a telemedicina consolidou-se como uma alternativa reconhecida no setor de saúde no Brasil. Observa-se um aumento significativo na adoção dessa prática tanto por parte de empresas privadas, que têm incorporado tecnologias como drones e inteligência artificial, quanto no Sistema Único de Saúde (SUS), que planeja expandir seus investimentos nesse modelo nos próximos anos. De acordo com dados da Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde), que representa 14 grupos de operadoras de planos de saúde, mais de 30 milhões de consultas médicas foram realizadas remotamente no país em 2023, representando um aumento de 172% em relação ao período de 2020 a 2022, quando foram registradas 11 milhões de consultas remotas.
Um dos principais fatores impulsionadores dessa tendência é a conveniência proporcionada pela telemedicina, que foi regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 2022. Profissionais como o ortopedista Isaías Chaves, por exemplo, têm realizado consultas remotas regularmente, atendendo pacientes de sua clínica em Brasília. Esse processo envolve o paciente entrar em contato com a equipe de agendamento, enviar exames prévios e preencher um formulário sobre seu tratamento, que é então avaliado pelo especialista antes da consulta ser realizada.
Para Chaves, embora a teleconsulta seja uma alternativa viável para o primeiro contato com o paciente, é importante usá-la com cautela, uma vez que ainda não é capaz de substituir completamente todas as etapas do atendimento médico. Ele destaca que o exame físico ainda não pode ser realizado à distância, mas ressalta que, em algumas especialidades, como a ortopedia, é possível realizar algumas avaliações através de movimentos simulados.
Alguns pacientes, como Maria Vitoria Chaves, de 70 anos, relatam benefícios no uso da telemedicina, destacando a praticidade do atendimento remoto mesmo após o fim do período de distanciamento social imposto pela pandemia.
Além disso, o governo federal tem adotado o atendimento remoto como uma estratégia para ampliar o acesso à saúde, especialmente em regiões distantes dos grandes centros urbanos. Há previsão de investimentos significativos para a compra de equipamentos e expansão de núcleos de Telessaúde no país, visando atender uma maior parcela da população.
No setor privado, os planos de saúde também têm se adaptado à demanda, oferecendo opções mais acessíveis e serviços especializados na telemedicina. Por exemplo, a rede de clínicas Amparo Saúde utiliza inteligência artificial para prever riscos de internação e drones para coleta de materiais de exames na casa dos pacientes.
A telemedicina, embora relativamente nova no Brasil, já é amplamente utilizada em diversos países, como os Estados Unidos, Japão e Reino Unido, onde é integrada aos sistemas de saúde públicos e privados como uma ferramenta complementar ao atendimento presencial.