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Viver com ansiedade pode aumentar as chances de desenvolver demência, segundo um estudo realizado pela Universidade de Newcastle, na Austrália. A pesquisa, publicada no Journal of the American Geriatrics Society, é pioneira ao comparar os efeitos da ansiedade crônica “recente” e “resolvida” no risco de comprometimento cognitivo.
Os resultados indicam que a ansiedade pode ser um fator de risco modificável para demência. O autor principal do estudo, Kay Khaing, destacou que as descobertas sugerem a ansiedade como um novo alvo na prevenção da demência e que o tratamento da ansiedade pode reduzir esse risco.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ansiedade é o transtorno mental mais comum no mundo, afetando 301 milhões de pessoas em 2019, com uma prevalência maior entre as mulheres.
O estudo australiano envolveu 2.132 participantes com mais de 60 anos, divididos em três grupos etários: 60-70, 71-80 e 81+. Os participantes foram acompanhados por cerca de 10 anos. A ansiedade foi avaliada no início e novamente após cinco anos, permitindo a identificação de ansiedade “crônica” (presente no início e no fim do estudo), “resolvida” (presente no início, mas não no final) e “nova” (surgida apenas no final).
Os resultados mostraram que indivíduos com ansiedade crônica e de início recente tinham um risco 2,8 e 3,2 vezes maior de desenvolver demência, respectivamente. O risco foi ainda mais elevado entre aqueles que foram diagnosticados com ansiedade antes dos 70 anos, sendo até sete vezes maior.
Por outro lado, indivíduos que superaram a ansiedade não apresentaram um risco aumentado de demência em comparação com aqueles sem histórico de ansiedade.
Os pesquisadores sugerem que a relação entre ansiedade e demência pode estar ligada a comportamentos de risco, como fumar e ter uma dieta desequilibrada, que são fatores conhecidos de declínio cognitivo. Além disso, a ansiedade pode levar ao aumento dos níveis de cortisol, o hormônio do estresse, causando inflamação no cérebro. O estudo também aponta que ter ansiedade em idades mais jovens pode aumentar o risco de doenças cardíacas e outros problemas de saúde ao longo do tempo, os quais estão associados à demência.