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As escolhas de saúde e estilo de vida das pessoas mais velhas do mundo não devem ser vistas como um modelo de longevidade para outras, alertou Richard Faragher, professor de biogerontologia da Universidade de Brighton, no Reino Unido.
De acordo com o cientista, a questão de por que algumas pessoas vivem até os 100 anos e outras não ainda é motivo de debate. A maioria dos especialistas aponta a sorte ou bons genes como as razões mais prováveis para a longevidade. Ele destacou, no entanto, que os especialistas concordam em uma coisa: pessoas que desejam viver mais nunca devem seguir dicas de saúde e estilo de vida de um centenário.
O alerta de Faragher vem poucos dias após o falecimento da mulher mais velha do mundo, Maria Branyas Morera, que morreu enquanto dormia aos 117 anos, no dia 19 de agosto. Morera atribuía sua longevidade a “ordem, tranquilidade… sem preocupações, sem arrependimentos, muito positivismo e evitar pessoas tóxicas.” Sua morte foi precedida pelo falecimento do homem mais velho do mundo, Juan Vicente Perez Mora, de 114 anos, em abril deste ano. O segredo de Mora para uma vida longa era “trabalhar duro, descansar nos feriados, dormir cedo” e “tomar um copo de aguardente todos os dias.”
Em entrevista ao jornal The Guardian, publicada no sábado, Faragher comentou que, como Morera e Mora, a maioria dos centenários não menciona exercícios ou dietas saudáveis ao falar sobre suas longas vidas. Ele observou que algumas das pessoas mais velhas do mundo admitiram ser fumantes e consumir álcool livremente, o que contraria muitas evidências epidemiológicas sobre como prolongar a expectativa de vida saudável.
“Apenas porque você sobreviveu fumando 60 cigarros por dia não significa que fumar 60 cigarros por dia seja bom para você… O fato de que [centenários] fazem muitas dessas coisas prejudiciais e ainda vivem bem mostra que eles são ou sortudos ou tipicamente muito bem dotados,” disse ele. Faragher também observou que a ideia de que uma atitude mental positiva, mencionada por Morera, pode ajudar a promover a longevidade poderia ser um caso de causalidade reversa, pois as pessoas tendem a ser mais calmas quando estão com boa saúde.
“Quando foi a última vez que você teve uma atitude mental realmente positiva enquanto estava com dor de dente?” questionou.
Após o falecimento de Morera, a pessoa mais velha viva no mundo é Tomiko Itooka, do Japão, que tem 116 anos e nasceu em 23 de maio de 1908, segundo o Grupo de Pesquisa em Gerontologia dos EUA. A pessoa mais velha que já viveu foi Jeanne Louise Calment, da França, que morreu em 1997 aos 122 anos, de acordo com o Guinness World Records