Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.
Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O presidente da República Francesa, Emmanuel Macron, rejeitou nesta segunda-feira a demissão de seu primeiro-ministro, Gabriel Attal. O mandatário pediu que Attal permaneça no cargo “por enquanto” para garantir a estabilidade do país, conforme informaram fontes do Eliseu à mídia nacional.
Attal anunciou no domingo sua retirada do cargo após os resultados do segundo turno das eleições legislativas, que deram a vitória à Nova Frente Popular (NFP), mas sem a maioria necessária para governar sozinho. A coalizão Ensemble, que inclui os candidatos macronistas, conquistou a segunda posição e superou a extrema direita de Bardella e Le Pen. Embora tenha revertido a situação provocada pelas eleições europeias, nas quais a Agrupação Nacional duplicou o percentual de votos em relação ao partido de Macron, o primeiro-ministro decidiu demitir-se do cargo. “Esta noite, o grupo político que representei nesta campanha não conseguiu a maioria, e amanhã de manhã apresentarei minha demissão ao presidente da República”, declarou Attal ao vivo, desde Matignon.
O primeiro-ministro chegou nesta segunda-feira ao Eliseu por volta das 11h30, conforme informado pela AFP, mas Macron não aceitou a retirada de Attal. Assim, ele continuará à frente do governo para gerir os assuntos correntes enquanto um novo governo é formado a partir das eleições legislativas.
Um possível bloqueio institucional
Os resultados definitivos concedem 182 cadeiras à Nova Frente Popular, contra 168 da Ensemble e 143 da Agrupação Nacional. A coalizão de esquerda conseguiu a maioria nas eleições, mas ainda está longe dos 289 assentos necessários para governar o país.
Durante a noite eleitoral, Jean-Luc Mélenchon rejeitou qualquer pacto e exigiu que Macron chamasse um candidato de esquerda para governar. No entanto, a Nova Frente Popular ainda não possui um candidato firme para o cargo de primeiro-ministro, um debate que pode gerar tensões internas nos próximos dias entre partidos de esquerda com ambições diversas. Os enfrentamentos já são antigos: com a Nova Frente Popular já formada, o ex-presidente François Hollande, candidato eleito em sua circunscrição, pediu a Mélenchon que “se calasse” e se retirasse “para servir à coalizão”.
Da sede da NFP, o secretário-geral do histórico Partido Socialista, Olivier Faure, exigiu no domingo “democracia” dentro da formação para que os partidos de esquerda possam “avançar juntos”. “Não haverá palavras externas que nos sejam impostas”, acrescentou em uma crítica velada a Mélenchon, a quem os socialistas consideram um fator de divisão.
Pelos ecologistas, Marine Tondelier pede que o futuro primeiro-ministro ou primeira-ministra cumpra algumas condições: estar alinhado com o programa da NFP, ser uma figura que possa “apaziguar e reparar o país”, obter consenso e ter experiência política. “Muitas pessoas cumprem esses critérios dentro da Nova Frente Popular”, afirmou a candidata.