O que é o Movimento 5L que surgiu em Cuba? Spoiler: não é de “Lula”

Em meio à profunda crise que assola Cuba, um manifesto intitulado “El Contrapaquetazo del Pueblo: Las 5 Libertades Contra el Totalitarismo” foi lançado por um grupo de cubanos da ilha e do exílio. O documento convoca a população a participar de um “movimento de novo tipo” em busca de mudanças urgentes e profundas na sociedade cubana.

O manifesto destaca a grave situação social e econômica do país, com 82% dos cidadãos lutando para sobreviver e 88% vivendo na pobreza. A produção de alimentos diminuiu drasticamente, a infraestrutura básica está precária, os apagones são frequentes e a violência e o narcotráfico aumentam.

O texto denuncia o controle totalitário da elite política, que “privatizou a soberanía nacional e perpetuou a pobreza material e moral na ilha”. Propõe-se a implementação de cinco libertades básicas (5L):

1. Liberdade do terror: fim da repressão política, liberdade de presos políticos e reforma do sistema judicial.

2. Liberdade da pátria: livre circulação e plenos direitos políticos, civis e económicos para todos os cubanos, independentemente de sua cidadania ou local de residência.

3. Liberdade económica: liberdade para empresas privadas e produtores agrícolas, fim do monopólio estatal sobre a economia.

4. Liberdade de ideias e informação: liberdade de pensamento, expressão, religião, investigação académica e produção cultural.

5. Liberdade de associação: liberdade para criar associações, sindicatos, gremios, grupos de direitos humanos e partidos políticos.

O movimento cidadão pelas 5L se compromete a lutar de forma não violenta e proativa para isolar a elite política e forçar sua saída do poder. O manifesto apela à união de todos os cubanos, civis e militares, na luta pela liberdade e pela mudança.

O grupo promotor inicial do manifesto inclui:

• Iván Hernández (operário/sindicalista)
• Lisandra Orraca (camponesa independente)
• Félix Navarro (pedagogo/preso político)
• Alexander de Jesús Figueredo (médico)
• María Cristina Garrido (poetisa/presa política)
• Nancy Alfaya (ativista religiosa)
• Eduardo Zayas – Bazán (pedagogo, autor e fundador da Associação Nacional de Educadores Cubanoamericanos)
• General Rafael del Pino (piloto)
• Paquito D’ Rivera (músico, vencedor de vários Grammy)
• Enrique Patterson (acadêmico e escritor)
• Jorge Sanguinetti (economista)
• Padre Alberto Reyes (sacerdote)
• Carolina Barrero (historiadora de arte)
• Juan Antonio Blanco (historiador)
• Elena Larrinaga (historiadora)
• Marthadella Tamayo (pedagoga)
• Yunisey Santana González (esposa de preso político)
• María Matienzo (jornalista)
• Óscar Casanella (cientista/empreendedor)
• Magdelidia Hidalgo (produtora de rádio e TV)
• Roland Behart (consultor financeiro)
• Emilio Morales (consultor económico)
• Irina Vilariño (empresária)