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Nesta segunda-feira (06), a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) divulgou uma nota pedido que o Governo Lula dê explicações sobre três questões do 1º dia de prova do Enem, aplicada neste domingo (5).
No documento, a FPA pede a anulação das questões 89, 70 e 71 (com base na prova branca), pois, na avaliação da entidade, as perguntas “são mal formuladas, de comprovação unicamente ideológica” e permitem “que o aluno marque qualquer resposta, dependendo do seu ponto de vista”.
A questão 89 abordou fatores negativos do agronegócio no Cerrado, mencionando, por exemplo, a “superexploração dos trabalhadores” e as “chuvas de veneno” (agrotóxicos).
A questão 71 trata da nova corrida espacial financiada por bilionários, discutindo as perspectivas que ela aponta.
Já a questão 70 aborda o avanço da cultura da soja e o desmatamento na Amazônia.
Na nota, a FPA diz ainda que as questões têm “cunho ideológico” e foram elaboradas “sem critério científico ou acadêmico”.
A frente parlamentar pede na nota a anulação das três questões. E afirma que apresentará um requerimento de convocação do Ministro da Educação (MEC), Camilo Santana, para audiências públicas na Câmara e no Senado sobre o tema.
A bancada do agro também diz que pedirá informações ao MEC “sobre a banca organizadora do Enem 2023 e referências bibliográficas utilizadas para a construção do exame”.
“A anulação das questões é indiscutível, de acordo com literaturas científicas sobre a atividade agropecuária no Brasil e no mundo, em respeito à academia científica brasileira”, diz a nota.
Ainda de acordo com a FPA, houve “negacionismo científico” contra um setor que confere “segurança alimentar ao Brasil e ao mundo”.
“O setor agropecuário representa toda a diversidade da agricultura: pequenos, médios e grandes. Somos um só e não aceitaremos a divisão para estimular conflitos agrários”, diz o documento.