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Os brasileiros já destinam aproximadamente R$ 68 bilhões a plataformas de apostas online em 2024, conforme levantamento divulgado nesta segunda-feira (11) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A entidade alerta que essa alta quantia tem gerado impactos negativos na economia do país.
Se os recursos investidos em apostas fossem redirecionados ao consumo familiar, o Valor Bruto de Produção (VBP) poderia crescer R$ 111 bilhões, e o Produto Interno Bruto (PIB) teria um aumento de R$ 55 bilhões. Além disso, a arrecadação de impostos poderia ser ampliada em R$ 5 bilhões.
São Paulo, conforme o estudo, é o estado mais afetado pela atividade de apostas online, com perdas fiscais estimadas em R$ 1,8 bilhão. O Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul aparecem em seguida.
A CNC também destaca uma crescente escalada do endividamento das famílias, impulsionada pelo aumento das apostas. Estima-se que, no primeiro semestre de 2024, 1,3 milhão de brasileiros ficaram inadimplentes devido ao vício em jogos de azar, o que prejudica a saúde financeira e reduz o poder de consumo das famílias.
O economista Felipe Tavares alerta para a gravidade da situação, que envolve o descontrole nos gastos com apostas e os efeitos negativos da inadimplência. Ele destaca que o ciclo de aumento da taxa de juros no Brasil intensifica ainda mais a pressão sobre o orçamento das famílias, contribuindo para o crescimento da inadimplência.
“Modalidades como crédito pessoal consignado e parcelamento no cartão de crédito são as mais afetadas, refletindo a vulnerabilidade dos consumidores frente às apostas e ao endividamento descontrolado”, afirmou Tavares. Ele também ressaltou que o cenário tem gerado dificuldades para o comércio e os serviços, que deixam de lucrar.
Diante desse quadro, a CNC pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão urgente da Lei das Bets e a criação de um marco regulatório mais robusto para o setor. A regulamentação, além de permitir a arrecadação fiscal, contribuiria para o financiamento de programas sociais e ações de combate à dependência de jogos de azar, favorecendo uma economia mais equilibrada.