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“Não é surpresa que a desigualdade fomente o ódio, extremismo e violência. Nem que a democracia esteja sobre ameaça. A globalização neoliberal fracassou. Em meio às crescentes turbulências, a comunidade internacional parece resignada a navegar sem rumo por disputadas hegemônicas. Permanecemos à deriva, como se arrastados por uma torrente que nos empurra para uma tragédia. Mas o confronto não é uma fatalidade. Negar isso é abrir mão de nossa responsabilidade”, afirmou Lula na reunião.
Em seguida, Lula abordou as guerras em curso no mundo. Lula condenou a invasão da Rússia ao território da Ucrânia e de Israel à Faixa de Gaza, na guerra contra os terroristas do Hamas.
“Do Iraque à Ucrânia, da Bósnia à Gaza, consolida-se a percepção de que nem todo território merece ter sua integridade respeitada e nem toda vida tem o mesmo valor. Intervenções desastrosas subverteram a ordem no Afeganistão e na Líbia. A indiferença relegou o Sudão e o Haiti ao esquecimento. Sanções unilaterais produzem sofrimento a atingem os mais vulneráveis”, argumentou o petista.
Sob a presidência do Brasil, o G20 deste ano deveria priorizar medidas de combate à fome no mundo, pauta defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No entanto, líderes mundiais, sobretudo os europeus, têm concentrado o debate nas ações da Rússia contra a Ucrânia.
O líder russo, Vladimir Putin, ausentou-se do encontro, marcado pela repercussão de um mandado de prisão internacional emitido contra ele por crimes de guerra. A crítica de Lula à invasão russa desagrada Putin, parceiro do Brasil nos Brics, enquanto as declarações sobre Israel colocam o Brasil em atrito com aquele país e aliados como os Estados Unidos.
Entre os líderes presentes estão o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden; o ditador comunista da China, Xi Jinping; o presidente da França, Emmanuel Macron; o chanceler alemão, Olaf Scholz; e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni.
A defesa da democracia, tema enfatizado por Lula, reflete a preocupação compartilhada por vários líderes do G20 diante do crescimento de movimentos políticos extremistas e tendências autoritárias em seus países.