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Na próxima semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá o presidente da França, Emmanuel Macron, para discutir possíveis formas de cooperação, incluindo o fornecimento de combustível para o primeiro submarino brasileiro convencionalmente armado com propulsão nuclear, desenvolvido pela Marinha brasileira e nomeado Álvaro Alberto, em homenagem ao patrono da ciência, tecnologia e inovação da Marinha. A entrega do submarino está prevista até 2033.
O submarino armado com propulsão nuclear começou a ser projetado oficialmente em 2008, com a assinatura do Prosub (Programa de Desenvolvimento de Submarinos), uma parceria entre Brasil e França. O decreto que estabeleceu o programa determina que o apoio francês ao Brasil se limite à concepção e à construção “da parte não-nuclear” do submarino.
Há discussões entre os dois países sobre a possibilidade de renegociar esse aspecto do decreto. A embaixadora Maria Luisa Escorel de Moraes, secretária de Europa e América do Norte do Ministério das Relações Exteriores, afirmou que já existem conversas sobre essa possibilidade, destacando que é um tema estratégico e delicado.
Para proteger os 8,5 mil quilômetros de costa, a Marinha investe na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria de defesa, com destaque para o Prosub. O programa inclui a construção da infraestrutura industrial e operacional, a construção e operação de submarinos da classe Riachuelo e a construção e operação do primeiro submarino convencionalmente armado com propulsão nuclear.
O presidente francês chegará a Belém (PA) na próxima terça-feira (26) e seguirá para Itaguaí (RJ) no dia seguinte para participar, junto com Lula, do lançamento ao mar do Tonelero, um submarino convencional com propulsão diesel-elétrica, construído pelo Prosub.
De acordo com a Marinha, o Tonelero possui 71 metros de comprimento e deslocamento submerso de 1.870 toneladas. Após o lançamento, o submarino será submetido a testes para avaliar suas condições de estabilidade no mar e os sistemas de navegação e combate.
Além do Tonelero, a Marinha já lançou os submarinos Riachuelo e Humaitá, com previsão de entrega do submarino convencional Angostura e fabricação do Álvaro Alberto. A Marinha destaca que isso representará um avanço tecnológico significativo na defesa nacional.
A defesa da costa marítima brasileira envolve submarinos, meios aeronavais e fuzileiros navais, com a Marinha atuando constantemente em zonas de patrulha definidas previamente. Detalhes operacionais são classificados como inteligência e não divulgados, enquanto Exército e Aeronáutica também participam desse esforço.
Os submarinos convencionais, com propulsão diesel-elétrica, têm capacidade de ocultação limitada devido à necessidade de se posicionar próximo à superfície para aspirar ar através do esnórquel, tornando-os vulneráveis à detecção por radares. Já os submarinos nucleares possuem maior mobilidade e capacidade de permanecer submersos por tempo prolongado devido à sua fonte de energia nuclear, o que permite estratégias de movimento mais flexíveis e dissuasão elevada.