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Os astronautas Barry “Butch” Wilmore e Suni Williams estão de volta à Terra após uma estadia inesperada de nove meses no espaço. O que deveria ser uma missão de aproximadamente dez dias se transformou em uma saga de quase um ano, cercada por debates políticos.
Eles retornaram ao lado do também astronauta da NASA Nick Hague e do cosmonauta da Roscosmos Aleksandr Gorbunov, em uma viagem de 17 horas dentro de uma cápsula espacial que pousou no oceano, na costa da Flórida, cerca de uma hora atrás. Os quatro apareceram sorridentes ao emergirem da cápsula recuperada, em imagens transmitidas ao vivo pela NASA.
Durante o período prolongado na ISS, os astronautas realizaram cerca de 150 experimentos, totalizando aproximadamente 900 horas de pesquisa, contribuindo para o futuro da exploração espacial. “O trabalho que realizamos na Estação Espacial Internacional beneficia o planeta e serve como base para nossas futuras missões à Lua e a Marte”, declarou Joel Montalbano, administrador adjunto da NASA para operações espaciais.
O retorno à Terra começou por volta da 1h de terça-feira e, cerca de 17 horas depois, a cápsula foi vista cruzando o Golfo do México a uma velocidade de 640 km/h, aquecendo seu escudo térmico. Em seguida, quatro paraquedas foram acionados, reduzindo a velocidade para 25 km/h antes da amerrissagem.
A missão de resgate foi acompanhada por mais de 2 milhões de pessoas em uma transmissão ao vivo da SpaceX na plataforma X (antigo Twitter). Enquanto aguardavam o resgate, os astronautas relataram estar “sorrindo de orelha a orelha”. Em um momento curioso, até um grupo de golfinhos apareceu ao redor da cápsula flutuante.
Questionado sobre o compromisso da Boeing com o programa espacial, Steve Stich, gerente do Programa de Tripulação Comercial da NASA, afirmou que a empresa, sob a liderança do novo CEO Kelly Ortberg, segue dedicada ao Starliner. Quando confrontado sobre declarações de figuras como Donald Trump e Elon Musk, que sugeriram que os astronautas estavam “presos no espaço”, Stich evitou polêmicas e destacou que a NASA priorizou um retorno seguro da equipe.
O executivo também elogiou a capacidade de adaptação de Wilmore e Williams, que passaram de uma missão curta a membros de longo prazo da ISS. Segundo ele, essa flexibilidade é essencial para missões futuras, incluindo expedições para Marte e a Lua.
A permanência forçada na ISS colocou Wilmore e Williams entre os astronautas com mais tempo consecutivo no espaço, atrás apenas de Peggy Whitson, que registrou 289 dias em 2017, e Frank Rubio, que passou 371 dias na ISS em 2022.
Apesar da demora no retorno, os astronautas nunca estiveram em perigo iminente, pois a ISS conta com cápsulas de evacuação em caso de emergência. No entanto, o caso gerou grande repercussão política, com o ex-presidente Donald Trump acusando Joe Biden de ter deixado os astronautas “abandonados” no espaço. O dono da SpaceX, Elon Musk, também declarou que a administração Biden recusou uma oportunidade de resgate em setembro por temer um desastre antes das eleições.
Os astronautas agora passam por um período de recuperação no Centro Espacial Johnson, em Houston, onde serão monitorados por médicos devido aos efeitos da microgravidade no corpo humano, como perda muscular e problemas de visão. Somente após essa etapa eles serão liberados para reencontrar suas famílias.
