Durante uma entrevista coletiva no Rio, o delegado da Polícia Federal, Guilhermo Catramby, revelou que a vereadora Marielle foi alvo de perseguição pelo ex-bombeiro Maxwell Corrêa desde agosto de 2017. Recentemente, uma operação da PF resultou na prisão de Maxwell em sua residência no Recreio dos Bandeirantes.
Em uma delação premiada, Élcio Queiroz confessou ter sido o motorista do carro utilizado no ataque que vitimou Marielle e confirmou que o ex-policial Ronnie Lessa foi o responsável pelos disparos. Além disso, Élcio também afirmou que Maxwell fazia o monitoramento da rotina da vereadora para os criminosos.
Segundo Élcio, Ronnie Lessa havia informado a ele que estava há algum tempo planejando o assassinato de Marielle Franco. Com esse objetivo, ambos acompanhavam a parlamentar em suas atividades diárias, aguardando o momento adequado para cometer o crime.
A polícia identificou que, mais de um mês antes do assassinato, em fevereiro de 2018, Maxwell e Ronnie foram vistos juntos no mesmo carro utilizado no crime.
No fatídico dia do assassinato, eles souberam que Marielle estava presente no evento “Mulheres negras movendo estruturas”, que acontecia na Lapa. Nesse momento, decidiram que era a oportunidade ideal para o ataque.
Eles seguiram o veículo de Marielle, conduzido por Anderson, enquanto Ronnie se posicionou no banco de trás para realizar os disparos. Por volta das 21h30, Anderson diminuiu a velocidade para entrar na rua João Paulo I, e Ronnie efetuou os tiros.
Após o assassinato, eles se dirigiram para a casa da mãe de Ronnie Lessa, no bairro Meier. Em seguida, pegaram um táxi para a Barra da Tijuca, com o irmão de Lessa fazendo o pedido por volta das 21h48, cerca de 18 minutos após o crime.
Na Barra, encontraram-se com Maxwell, com quem discutiram sobre o crime ao longo da madrugada. Àquela altura, a notícia do assassinato já havia sido divulgada pela imprensa, o que levou a um aumento nas investigações policiais.
No dia seguinte, Élcio e Ronnie encontraram-se com Maxwell no bairro do Meier para se desfazerem do carro utilizado no crime. Checaram o veículo e descartaram as cápsulas restantes do crime. Posteriormente, Maxwell alterou a placa do carro e conduziu-o até Rocha Miranda, onde “Orelha”, também conhecido como Edmilson Barbosa dos Santos, ficou encarregado de se livrar do veículo.