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Profissionais de barbearias estão emitindo um alerta sobre o aumento significativo de casos de dermatofitose (também conhecida como “tinha”) entre jovens que frequentam estabelecimentos de cortes de cabelo. A doença fúngica contagiosa, que pode causar deformações na pele, tem se espalhado rapidamente nos últimos meses, segundo relatos de barbeiros.
O problema estaria relacionado ao crescente número de homens que optam pelos cortes de cabelo “skin fade” — quando as laterais da cabeça são raspadas bem curtas e o topo é mantido mais longo — em “barbearias baratas, sujas e desqualificadas”, localizadas em ruas comerciais movimentadas. Esses profissionais acreditam que a falta de higiene e a limpeza inadequada dos equipamentos são as principais causas para a proliferação do fungo.
Apesar da preocupação crescente entre os barbeiros, o governo britânico afirmou que não possui “planos para regulamentar o setor de cabeleireiros”. A dermatofitose, embora tenha a fama de ser uma doença mais comum entre moradores de bairros miseráveis no período vitoriano, é uma infecção fúngica recorrente que afeta entre 10% e 20% da população, especialmente crianças.
Transmissível por contato direto com a pele, o fungo pode também ser transmitido por objetos infectados, como lençóis, pentes e toalhas. Mike Taylor, dono de uma escola de formação para barbeiros em Poole, Dorset, relatou ao BBC que tem visto “muitos casos” recentemente. Com 34 anos de experiência, Taylor acredita que barbearias mais baratas não estão limpando corretamente os seus equipamentos.
“Eu diria que 70 a 80% dos clientes pedem o corte ‘skin fade’. Para obter esse efeito, você precisa usar a máquina de foil, mas o problema é que ela acumula cabelo e precisa ser completamente limpa”, explicou.
A crise das barbearias baratas
O barbeiro ainda comentou sobre o fenômeno das barbearias baratas que surgem nas ruas comerciais. “A rua principal está morrendo, e de repente surgem 12 barbearias no mesmo local, todas tentando cobrar mais barato que as outras”, afirmou. Segundo ele, quando o preço cai, a qualidade também pode ser comprometida, principalmente no que diz respeito à higiene e ao treinamento dos profissionais.
Gareth Penn, diretor do Conselho de Cabeleireiros e Barbeiros, reforçou a necessidade de um registro obrigatório para os profissionais do setor. “Isso abriria o mercado para quem não tem treinamento ou qualificação, ou pior, para quem deseja usar nossa profissão como fachada para atividades ilegais”, alertou.
Tratamento e prevenção da dermatofitose
Os casos de dermatofitose são geralmente tratados com medicamentos antifúngicos, como cremes e géis, prescritos por médicos. Em alguns casos, o tratamento oral também é necessário. Os sintomas mais comuns incluem coceira, áreas escamosas em forma de anel e a presença de pequenas bolhas que variam em cor dependendo do tipo de pele.
O Dr. James O’Donovan, médico do NHS e membro do grupo consultivo técnico da Organização Mundial da Saúde (OMS), recomenda que as pessoas evitem compartilhar pentes, chapéus, escovas de cabelo, toalhas e fronhas. Em um vídeo no YouTube, que foi assistido por mais de 125 mil pessoas, ele explicou que “os fungos podem viver por longos períodos em objetos contaminados”.
Caso uma criança seja afetada pela dermatofitose, é essencial que professores e pais dos colegas de classe sejam informados. Além disso, outras pessoas da família devem ser examinadas por um médico e tratadas. O Dr. O’Donovan também sugeriu que, às vezes, o melhor é que toda a família use um xampu antifúngico medicamentoso duas vezes por semana durante quatro semanas, mesmo que a infecção fúngica não tenha sido confirmada.
Cuidados para evitar a propagação
Para evitar a propagação de doenças fúngicas, é crucial que tanto os profissionais quanto os clientes tomem precauções extras, especialmente ao frequentar barbearias. A limpeza adequada dos equipamentos e a escolha consciente de locais qualificados podem ajudar a proteger a saúde e garantir que os cortes de cabelo não resultem em problemas de saúde.