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O consumidor brasileiro está mais otimista. É o que mostra o Índice de Confiança do Consumidor que subiu 1,0 ponto em outubro, após dois meses de queda, atingindo 76,3 pontos.
O índice, divulgado nessa segunda-feira (25), é do Instituto Brasileiro de Economia (FGV IBRE), unidade da Fundação Getúlio Vargas.
Em outubro, o índice foi influenciado pela melhora das expectativas. O Índice de Situação Atual variou 0,2 ponto, para 69,0 pontos, enquanto o Índice de Expectativas subiu 1,3 ponto, para 82,4 pontos.
“Essa melhora foi influenciada pelas expectativas. Há uma recuperação das perdas sofridas, principalmente no mês de setembro, relacionada à situação financeira da família que é muito influenciada pelas expectativas sobre o mercado de trabalho. Os consumidores estão reavaliando que vai haver uma melhora nesses próximos meses, que é um período já de contratação de empregos temporários. Com o avanço da vacinação, há expectativa de que isso seja um pouco maior”, disse a coordenadora das sondagens do FGV IBRE, Viviane Seda Bittencourt.
“A inflação ainda é uma preocupação muito grande. A expectativa mediana da inflação dos consumidores, ela subiu muito nos últimos três meses e há uma disseminação dessa expectativa, ou seja, há uma disseminação dessa percepção de que a inflação vai subir. Isso é um fator que pode limitar a recuperação da confiança [do consumidor] nos próximos meses”, avaliou a coordenadora.
Já em médias móveis trimestrais, o Índice de Confiança do Consumidor se manteve negativo ao cair 2,0 pontos, para 77,8 pontos.
O indicador que mede percepção dos consumidores sobre a situação econômica no momento variou 0,3 ponto em outubro, para 74,8 pontos.
Expectativas futuras
Para os próximos meses, a expectativa dos consumidores é de melhora no cenário nacional. O indicador que mais influenciou o Índice de Expectativas em relação aos próximos meses foi o que mede as perspectivas sobre a situação financeira familiar, com avanço de 3,8 pontos, chegando a 83,5 pontos. O indicador que mede as expectativas sobre a situação econômica subiu 1,0 ponto, para 98,5 pontos.
Mesmo com esses avanços, o ímpeto de compras para próximos meses segue em queda pelo segundo mês consecutivo, 0,9 ponto para 67,5 pontos.
Os consumidores se mantêm cautelosos em relação a intenção de compra de bens duráveis. De acordo com Viviane Seda, o aumento da incerteza, dos preços e a demanda represada por serviços na pandemia podem estar contribuindo para frear o consumo desses produtos.
Confiança do consumidor por faixa de renda
A análise por faixa de renda revela piora da confiança para aqueles com renda de até R$ 2,1 mil, acumulando queda de -1,4, passando para 63,7. A faixa de renda a partir de R$ 2,1 mil até R$ 4,8 mil registrou o melhor desempenho com alta de 5,3 pontos, alcançando 73 pontos.
O índice
A Sondagem de Expectativas do Consumidor do FGV IBRE é uma pesquisa mensal que procura captar o sentimento do consumidor em relação à situação geral da economia e de suas finanças pessoais. A confiança do consumidor atua como fator redutor ou indutor do crescimento econômico, sendo um indicador útil na antecipação dos rumos da economia no curto prazo.
A pesquisa obtém avaliações e previsões dos consumidores a respeito da situação econômica local e da própria família no momento da pesquisa e nos seis meses seguintes.