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Um estudo recente realizado pelo Instituto Trata Brasil revelou que, após seis anos consecutivos de crescimento, o desperdício de água no Brasil diminuiu, porém permanece distante do nível considerado aceitável. De acordo com os dados mais recentes disponíveis, em 2022, 37,8% de toda a água potável produzida no país foi perdida antes de chegar às residências. Isso representa uma redução em comparação com os 40,3% registrados em 2021.
Apesar dessa melhora, o percentual ainda está significativamente acima do limite estabelecido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), que é de 25%. Segundo uma portaria do MDR, o Brasil tem até 2034 para atingir esse índice.
O estudo aponta que em 2022, o volume total de água perdido devido a vazamentos nas redes, desvios ilegais, erros de medição dos hidrômetros e outros problemas chegou a 7 bilhões de metros cúbicos. Isso equivale a mais de 7,6 mil piscinas olímpicas cheias desperdiçadas diariamente.
Os dados foram compilados a partir de informações públicas do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e abrangem uma análise abrangente do Brasil, suas regiões, unidades federativas e os 100 municípios mais populosos do país.
Segundo o Instituto Trata Brasil, se considerarmos apenas as perdas por vazamentos (excluindo desvios ilegais e erros de medição), o volume de 3,6 bilhões de metros cúbicos de água tratada desperdiçada em 2022 seria suficiente para abastecer, por um ano, aproximadamente 54 milhões de brasileiros, o equivalente à população do Nordeste, e ainda sobraria para suprir a demanda de toda a população brasileira sem acesso regular à água potável, além de ser cinco vezes maior que a população do Rio Grande do Sul, estado que enfrentou problemas de abastecimento devido às enchentes.
Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, destacou que apesar da leve melhoria nos indicadores de perda de água, milhões de brasileiros ainda enfrentam dificuldades no acesso regular e de qualidade à água potável. Além disso, o desperdício excessivo contribui para impactos ambientais severos, especialmente diante dos desafios das mudanças climáticas, como evidenciado pela recente tragédia no Rio Grande do Sul.
Diferenças regionais significativas foram observadas no cenário de desperdício de água no Brasil. As regiões Norte e Nordeste apresentam os maiores índices de desperdício, com 46,9% e 46,7%, respectivamente, enquanto as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste têm índices um pouco abaixo da média nacional.
Dos 100 municípios mais populosos do Brasil em 2022, apenas 9 registraram um desperdício de água inferior a 25%. Estes incluem Goiânia (GO), Campo Grande (MS), Limeira (SP), Petrópolis (RJ), Campinas (SP), Maringá (PR), Suzano (SP), São José do Rio Preto (SP) e Caruaru (PE).