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Produtores de trigo do Rio Grande do Sul poderão comercializar até 200 mil toneladas do grão da safra 2024/2025 com o Governo Federal, por meio do mecanismo de Aquisição do Governo Federal (AGF), que integra a Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) será responsável pela compra, que conta com um orçamento de R$ 261 milhões.
A medida visa socorrer os produtores gaúchos, uma vez que o preço médio atual da saca de 60 quilos, de R$ 67,11, está abaixo do mínimo de R$ 78,51 estabelecido pelo governo para o estado. A Conab acompanhará o mercado para aplicar o mecanismo em outros estados onde o preço de mercado também esteja abaixo do mínimo, respeitando o limite dos recursos disponíveis.
O anúncio da ação foi feito nesta quinta-feira, durante uma coletiva com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, do presidente da Conab, Edegar Pretto, da diretora Administrativa e Financeira, Rosa Neide, e dos diretores de Política Agrícola e Informações, Sílvio Porto, e de Operações e Abastecimento, Arnoldo de Campos.
Segundo o ministro Paulo Teixeira, o Governo Federal está empenhado em oferecer e aprimorar instrumentos de apoio ao campo, destacando o Plano Safra como uma das políticas em andamento. O presidente da Conab enfatizou o papel do trigo na alimentação e mencionou as iniciativas federais para fortalecer o setor. No ano anterior, a Conab apoiou a comercialização e o escoamento do trigo por meio do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e do Prêmio para Escoamento de Produto (PEP).
Neste ano, Pretto explicou que será feita uma nova intervenção, agora através do mecanismo de Aquisição do Governo Federal. Ele afirmou que a Conab formará um estoque público de trigo para intervir quando necessário, assegurando a estabilidade dos preços ao consumidor. Em caso de aumento de preços em determinada região, a disponibilidade de estoque permitirá que a Conab atue de forma a conter o impacto para o consumidor.
Para participarem da venda de trigo à Conab, os produtores precisam estar cadastrados no Sistema de Cadastro Nacional de Produtores Rurais (Sican) e devem se dirigir à regional da Conab no Rio Grande do Sul para orientações sobre o preenchimento dos formulários e apresentação de documentos necessários.
A análise do mercado do trigo revela que a boa oferta do cereal no mercado internacional mantém uma pressão de baixa nas cotações há mais de um ano. Na safra passada, o governo federal promoveu leilões de Pepro e PEP para apoiar o escoamento de aproximadamente 479,28 mil toneladas de trigo. Nesta temporada, a produção brasileira deve alcançar cerca de 8,64 milhões de toneladas, um crescimento de 2,1% em relação a 2023.
No entanto, fatores como a quebra de safra no Paraná e problemas climáticos em regiões produtoras internacionais como Rússia, Europa, Estados Unidos e Austrália trouxeram apenas uma leve recomposição dos preços no mercado nacional, ainda abaixo do mínimo estipulado no Rio Grande do Sul.
A AGF, um dos instrumentos da PGPM, apoia produtores rurais e suas cooperativas adquirindo produtos quando os preços de mercado estão abaixo do mínimo vigente.
A operacionalização dessas aquisições depende do repasse de recursos pelo Tesouro Nacional.