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A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou a segunda estimativa para a safra de grãos 2024/25, prevendo uma produção de 322,53 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 8,2% em relação à safra anterior, ou seja, cerca de 24,6 milhões de toneladas a mais.
Esse crescimento reflete a ampliação da área plantada e a expectativa de recuperação na produtividade média das lavouras do país.
De acordo com o 2º Levantamento de Grãos da Safra 2024/25, publicado nesta quinta-feira (14/11), os agricultores deverão semear 81,4 milhões de hectares nesta safra, frente aos 79,9 milhões de hectares cultivados no ciclo 2023/24.
A produtividade média deve atingir 3.962 quilos por hectare, um aumento de 6,3% em relação ao período passado.
Entre os grãos, o arroz deve registrar o maior crescimento na área plantada, passando de 1,6 milhão de hectares em 2023/24 para 1,77 milhão de hectares no ciclo atual. A semeadura já foi iniciada nas principais regiões produtoras, com 65% da área já plantada. A produtividade deve ser de 6.814 quilos por hectare, resultando em uma produção superior a 12 milhões de toneladas.
No feijão, a área cultivada da primeira safra deve crescer 3,6%, chegando a 892,3 mil hectares. A produção prevista para esse ciclo é de 991,6 mil toneladas, e, somando as três safras, a expectativa é de uma produção total de 3,3 milhões de toneladas, um aumento de 1,8% em relação ao ciclo anterior.
Para a soja, espera-se um aumento de 2,6% na área plantada, totalizando 47,36 milhões de hectares. A produtividade média deve crescer 9,6%, com a produção estimada em 166,14 milhões de toneladas. As boas condições climáticas favorecem o preparo do solo e a semeadura, que já atingiu 66,1% da área.
A área destinada ao milho deve permanecer estável, com 21 milhões de hectares plantados. Com a recuperação das produtividades, a produção total deve alcançar 119,8 milhões de toneladas. No primeiro ciclo do milho, o plantio já foi concluído em 48,7% da área, com previsão de produção de 22,8 milhões de toneladas.
As culturas de inverno, incluindo o trigo, já entram na fase de colheita, com 79,4% da área semeada já colhida. A produção de trigo deve ser de 8,11 milhões de toneladas, volume estável em relação à safra anterior, apesar de uma redução nas estimativas devido a condições climáticas desfavoráveis em alguns estados.
No mercado, a soja registrou alta nos preços internos em outubro de 2024, impulsionada pela valorização do dólar e pela demanda aquecida. As exportações de soja em grão totalizaram 94,2 milhões de toneladas entre janeiro e outubro de 2024, o que levou a Conab a revisar para cima sua previsão de exportação para a safra 2023/24, de 92,43 milhões para 98 milhões de toneladas.
Quanto ao feijão, o mercado enfrenta um período de entressafra, com o abastecimento dependente da safra do sudoeste de São Paulo. Apesar de a colheita estar avançando, o excesso de chuvas em novembro impactou a qualidade do grão. Já para o feijão preto, a oferta deve aumentar nas próximas semanas, mas a demanda continua fraca, devido à baixa qualidade e ao grande diferencial de preço em relação ao feijão carioca.
No caso do trigo, as chuvas persistentes no Sul do país dificultaram a colheita, o que levou os produtores a intensificar as operações de colheita nos intervalos entre as precipitações.