Em entrevista à Jovem Pan no sábado (02), o senador Eduardo Girão (CE) afirmou que o Podemos tem outros “quadros bons” para concorrer à Presidência da República e sugeriu o nome do ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol.
A declaração foi feita por ele após a saída do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro do Podemos.
“O Podemos tem quadros muito bons, tem diálogo com outros partidos também, e quem sabe a gente possa ter alguém que represente o espírito dessa operação que é sucesso internacional, que possa ser candidato à presidência. Tem nomes como o Deltan Dallagnol, que eu acredito que é um nome que tem uma repercussão nacional”, afirmou.
Girão ainda disse ver a saída de Moro como algo “natural”: “Isso faz parte do jogo democrático. Talvez uma estrutura maior dentro desse novo partido, o União Brasil, que possibilitaria a ele um arco de alianças com o centro democrático. Ele, de uma certa forma, foi muito coerente com os princípios e valores”.
Para o parlamentar, o Governo Bolsonaro enfraqueceu o combate à corrupção no país e a operação Lava Jato foi “desmantelada” pelos três Poderes.
“Eu acho que a gente tem que dar uma alternativa para o povo brasileiro. Reconheço pontos positivos desse governo, ministérios na maioria técnicos. A gente vê avanços no país, mas também vê retrocessos, especialmente no enfraquecimento do combate à corrupção e à impunidade”, disse Girão.
O parlamentar também fez críticas ao Judiciário brasileiro e afirmou que já coletou assinaturas suficientes para votar um requerimento de convite ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A intenção de Girão é que Moraes explique ao Senado Federal as decisões tomadas no âmbito do inquérito das fake ‘ilegal’ news e dos supostos atos antidemocráticos.
“Nós já temos o apoio para colocar em votação na terça-feira, mas nós precisamos ampliar esse apoio. Eu espero que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, possa colocar isso. É uma questão de democracia”, afirmou.
“É hora do Senado se colocar respeito e votar o convite para o ministro vir aqui, repito, de forma respeitosa explicar esse inquérito aqui no Senado, que é um inquérito que, no meu ponto de vista, é ilegal”, acrescentou o senador.