A Operação Appius, da Polícia Federal (PF), apreendeu, nesta quarta-feira (11), planilhas e recibos com pagamentos da Camargo Corrêa ao escritório do ex-ministro da Justiça do governo Lula, Márcio Thomaz Bastos e diversas outras bancas de advocacia envolvidas na defesa da empreiteira na Castelo Areia.
Para aprofundar a análise desse material, a Polícia Federal requisitou “todos os contratos” firmados pela Camargo Corrêa com esses escritórios, entre os anos de 2009 e 2011, assim como os registros de pagamentos realizados.
Advogado da empreiteira, o criminalista Celso Vilardi negou-se a fornecer as informações, alegando que a investigação deveria se ater à atuação de Márcio Thomaz Bastos, “e não de todo e qualquer escritório que prestou serviços” à empreiteira.
A delegada Melissa Pastor, que coordena as investigações, reagiu. Ela afirma que todos os documentos apreendidos na operação estão relacionados ao caso, posto que os escritórios mencionados em planilhas e recibos da Camargo Corrêa foram contratados para atuar na Castelo de Areia.
E ressalta que um desses escritórios é o do próprio Vilardi, que foi citado pelo delator Antonio Palocci como suposto intermediário de propina ao então presidente do STF, Cézar Asfor Rocha. Segundo o ex-ministro, “terceiros lhe disseram que o advogado Celso Vilardi teria depositado US$ 5 milhões em conta de seu filho no exterior”.