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Nesta terça-feira (04) a Corregedoria-Geral do MPF abriu uma sindicância para apurar um esquema de distribuição interno de processos da Lava Jato entre os procuradores da operação em São Paulo. Segundo a corregedora-geral, Elizete Maria de Paiva Ramos, o órgão quer identificar se as regras de sorteio de inquéritos e procedimentos foram respeitadas na força-tarefa paulista.
A procuradora Raquel Branquinho será a responsável pelas investigações e inclusive ela já coordenou a atuação criminal da PGR na gestão de Raquel Dodge.
Raquel irá averiguar uma denúncia interna do MPF em São Paulo onde indicaram que os processos da Lava Jato se tornam “desmembrados” quando chegam ao estado, ou seja, não são livremente distribuídos, mas sim direcionados aos procuradores da força-tarefa.
Ainda segundo a denúncia, esses procedimentos na teoria deveriam estar sendo sorteados entre todos os procuradores de São Paulo, já que, quando decidiu pelo desmembramento, o Supremo disse que os casos não tinham relação com as investigações principais da Lava Jato.
Essas alegações estão sendo investigadas no Conselho Nacional do Ministério Público. E para eles, a Lava Jato em São Paulo afirmou que a conexão entre os casos foi reconhecida pela portaria da Procuradoria-Geral da República.
Os casos da Lava Jato em São Paulo começaram através das delações dos executivos da Odebrecht, já a força-tarefa foi criada na portaria da PGR em janeiro deste ano.
Durante uma live que aconteceu na semana passada com advogados lulistas, o procurador-geral, Augusto Aras, acusou a Lava Jato em São Paulo de ter desenvolvido uma forma de burlar o sorteio de processos. De acordo com Aras, os procuradores criaram uma “metodologia” de distribuição “personalizada, em que membros escolhem os processos que querem”.