O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em conversa com apoiadores nesta sexta-feira (13), que a pandemia já custou R$ 700 bilhões aos cofres públicos. “Essa pandemia aí nos fez endividar mais de R$ 700 bilhões. E agora tem uma conversinha de segunda onda. Tem que enfrentar se tiver. Porque se quebrar de vez a economia, seremos um país de miseráveis”, disse o presidente.
“Essa história da segunda onda é verdade ou não? Ou é pra destruir a economia de vez?”, perguntou Bolsonaro na segunda-feira (9) aos apoiadores no Palácio da Alvorada.
Batizado de Orçamento de Guerra, os gastos extraordinários do governo e as renúncias fiscais com a Covid-19 já somam cerca de 10% do PIB nacional. O valor corresponde a R$ 3,3 mil para cada brasileiro e 21 vezes o custo anual do Bolsa Família.
Entre as medidas que têm aumentado a dívida pública estão o auxílio emergencial, que atende 65 milhões de brasileiros, o socorro financeiro a estados e municípios e o fornecimento de créditos por bancos.
O valor do déficit equivale a quase seis vezes o que estava previsto antes da pandemia, R$ 124,1 bilhões. Como resultado, a dívida pública bruta deve bater um recorde histórico esse ano, saltando de 75,8% do PIB para 98,2%. Os efeitos também impactarão os anos seguintes. Segundo as projeções do Tesouro, a dívida deve atingir 98,6% do PIB em 2024 para só então começar a cair para 92,2% em 2029.