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Réu em cinco processos da Lava Jato e apontado como um dos operadores do esquema liderado por Sergio Cabral, Ary Ferreira Filho pode ser o primeiro a sair beneficiado dos desdobramentos do conteúdo da delação do ex-defensor de réus na Lava Jato, Nythalmar Filho.
Segundo o advogado relatou em acordo firmado com a PGR, o juiz titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, atuaria como uma espécie de investigador contra réus na operação.
De acordo com a Veja, o papel de Nythalmar seria o de uma ponte não oficial do juízo com presos com potencial de delatar os esquemas no Rio.
A defesa de Ary Filho, ex-funcionário da secretaria estadual de Fazenda do Rio, entrará nas próximas semanas com pedidos de suspeição de Bretas no Supremo Tribunal Federal (STF) referentes aos 5 processos em que ele foi julgado pelo magistrado e para os quais já acumula penas de 27 anos de prisão por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Para a advogada Fernanda Machado, que representa o réu, a delação de Nythalmar revelou que o juiz não era imparcial. A defesa diz ter pelo menos sete testemunhas dispostas a confirmar que pouco depois de Ary ter sido preso, em fevereiro de 2017, Nythalmar visitou-o no presídio de Bangu 8 em mais de uma oportunidade.
Os registros da Vara de Execuções Penais e da portaria unificada do Complexo de Bangu serão requisitados como prova.
Ary Filho diz que se encontrou com Nythalmar duas ou três vezes, entre abril e maio de 2017, antes de os presos da Lava Jato serem transferidos para o presídio de Benfica.
Nesses encontros, Nythalmar teria dito que era próximo do juiz Bretas e dos procuradores da Lava Jato. O advogado teria pedido honorários no valor de 2 milhões de reais, ao que Ary negou alegando estar com todos os bens bloqueados na Justiça. O criminalista teria dito, então, que, por conta de seu relacionamento com Bretas, conseguiria que o juízo desbloqueasse uma parte dos bens para que ele conseguisse pagar os honorários.
Ary diz que quem sugeriu os serviços de Nythalmar foram os também réus na Lava Jato do Rio, Edno Negrini, dirigente da Eletronuclear, e, Samir Assad, empresário irmão de Adir Assad, preso pela operação em São Paulo.
Os dois réus fazem parte da lista de sete testemunhas que a defesa pretende apresentar.
Além deles, também integram o grupo a esposa e a mãe de Ary, que teriam sidas abordadas por Nythalmar na fila da visita em Bangu, e outros três presos na ocasião que testemunharam a presença do advogado na cadeia. Dois deles são desconhecidos do público.
O terceiro seria José Philippe Castro, preso em 2015 no Rio depois de agredir duas pessoas com um saca-rolha durante uma festa na Gávea. Na ocasião, uma das vítimas teve parte da orelha decepada, o que rendeu ao agressor o apelido na cadeia de “Philippe Orelha”.