Pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, usaram dados de movimentação de pessoas em 10 cidades dos Estados Unidos e criaram um modelo que sugere os lugares onde há mais chances de alguém se infectar com a Covid-19 sem o uso de máscaras e com reabertura de funcionamento.
Os resultados da pesquisa foram publicados nesta terça-feira (10) na revista científica “Nature”.
Segundo dados reunidos para a cidade de Chicago, a terceira mais populosa do país, a ordem dos lugares, de maior para menor risco, seria a seguinte:
- Restaurantes de “serviço completo” (aqueles em que as pessoas sentam para comer e são servidas por alguém)
- Academias
- Cafés e bares
- Hotéis e motéis
- Restaurantes de “serviço limitado” (aqueles em que as pessoas podem levar a comida ou sentar, mas pagam antes)
- Centros religiosos
- Consultórios médicos
- Mercados
- Lojas de mercadorias usadas
- Pet shops
- Lojas de equipamentos esportivos
- Outras lojas gerais
- Lojas de brinquedos ou relacionadas a hobbies
- Lojas de material de construção
- Lojas de peças automotivas
- Lojas de departamento
- Postos de gasolina (nos Estados Unidos, o próprio motorista costuma abastecer seu carro)
- Farmácias
- Lojas de conveniência
- Concessionárias
Outra informação da pesquisa é aponta que dados de mobilidade foram computados quando o uso de máscaras era menos prevalente. Por isso, o modelo não leva em conta o uso delas.
Os pesquisadores chegaram às conclusões usando um modelo que se baseou nos movimentos das pessoas rastreados por celulares de 1º de março a 2 de maio, época em que as pessoas tiveram a mobilidade restringida pelas medidas para conter a transmissão da Covid.
Eles construíram, a partir daí, o modelo considerando maiores ou menores graus de mobilidade a partir de diferentes datas para verificar como a transmissão do novo coronavírus se comportaria.
Com os dados, eles mapearam o que chamaram de “pontos de interesse” – locais não residenciais que as pessoas visitam como restaurantes, mercados e centros religiosos.
Eles descobriram, como outros estudos já vinham apontando, que a maioria das infecções por Covid-19 ocorre em lugares “superespalhadores”.
Na região metropolitana de Chicago, por exemplo, 10% dos pontos de interesse foram responsáveis por 85% das infecções previstas para todos os lugares investigados.