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O Tribunal Penal Internacional (TPI), conhecido como Tribunal de Haia, emitiu na manhã desta quinta-feira (21) mandados de prisão contra líderes israelenses e do Hamas, acusando-os de crimes de guerra. Entre os alvos estão o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, e Mohammed Deif, líder do Hamas, que, segundo Israel, já teria sido morto.
É a primeira vez que líderes de uma democracia alinhada ao Ocidente são formalmente acusados pelo TPI, o que gerou reações divergentes na comunidade internacional.
Os Estados Unidos rejeitaram a decisão do TPI e criticaram o processo que levou à emissão dos mandados de prisão. De acordo com a Casa Branca, houve pressa no encaminhamento das medidas, além de falhas processuais significativas, e reforçou que o tribunal não possui jurisdição sobre o caso.
Mike Waltz, escolhido como conselheiro de segurança nacional pelo presidente eleito Donald Trump, afirmou que o tribunal carece de credibilidade e defendeu que Israel agiu dentro da legalidade para proteger seu povo e suas fronteiras. Ele indicou que o governo dos EUA adotará uma postura firme contra o que considerou um viés antissemita do TPI e da ONU.
Na Europa, a reação foi mais alinhada ao TPI. Josep Borrell, vice-presidente da Comissão Europeia, ressaltou que as decisões do tribunal são vinculativas e devem ser cumpridas pelos estados-membros da União Europeia, destacando que não são de caráter político. A Irlanda também endossou a legitimidade da decisão. O chefe de governo, Simon Harris, avaliou que se trata de uma medida séria e defendeu que todos que possam auxiliar o TPI em seu trabalho o façam de forma urgente.
A vice-primeira-ministra da Espanha, Yolanda Díaz, manifestou-se nas redes sociais em apoio ao direito internacional, afirmando que o genocídio do povo palestino não pode ficar sem resposta. Já a Holanda, por meio do ministro das Relações Exteriores, Caspar Veldkamp, informou estar pronta para colaborar com o tribunal, demonstrando comprometimento com o cumprimento dos mandados.
No Reino Unido, a Anistia Internacional pressionou o governo a apoiar a decisão do TPI de forma inequívoca, recordando que há um compromisso oficial em cumprir mandados emitidos pela corte. A organização pediu que o secretário de Relações Exteriores, David Lammy, demonstre apoio público à medida.
A Jordânia também se posicionou, por meio de seu ministro das Relações Exteriores, Ayman Al-Safadi, que defendeu que a comunidade internacional deve tratar as decisões do TPI de maneira uniforme, evitando seleções arbitrárias entre os casos aceitos e rejeitados.