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Austrália insiste em investigação sobre origem da covid-19 apesar de ameaças da China

Uma semana depois, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, volta à carga para insistir na investigação – que considera estar num rumo “razoável e sensato” – sobre a origem do novo coronavírus. É uma posição que responde também às ameaças chinesas de boicote a importações de bens e serviços australianos. Pequim, que vê na posição de Camberra uma motivação política, rejeita qualquer investigação à origem da covid-19 e à forma como lidou com a doença de Wuhan, capital da província da China Central vista como o epicentro da pandemia.

Num vai-e-vem de declarações entre os responsáveis dos dois países que leva mais de uma semana, o embaixador chinês em Camberra, Cheng Jingye, veio sugerir que, perante a posição insustentável da Austrália, Pequim poderia envidar pelo boicote aos produtos e serviços do país. Uma ameaça que parece não demover o primeiro-ministro Scott Morrison.
 

“A Austrália continuará a adotar esse curso de ação extremamente razoável e sensato. Este vírus já matou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo e paralisou a economia global. As implicações e os impactos são extraordinários”, apontou o primeiro-ministro australiano.

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Scott Morrison considera ser “inteiramente razoável e sensato que o mundo queira ter uma avaliação independente de como tudo isto aconteceu, para que possamos aprender as lições e evitar que aconteça novamente”.
 
A posição Australiana segue na esteira da estratégia da Administração norte-americana de pedir contas a Pequim. Após num primeiro momento ter elogiado a transparência e a estratégia do governo chinês na forma como lidou com o primeiro surto de covid-19, o presidente Donald Trump virou a agulha e há várias semanas que, confrontado internamente com a forma como desenhou o combate ao novo coronavírus, tem vindo a lançar acusações ao gigante asiático sobre a gestão da crise sanitária.
 
Na mesma linha, Trump acusou a Organização Mundial da Saúde (OMS) de ter sido um aliado da “desinformação chinesa” – o que, sustentou, terá levado a uma mais ampla expansão da doença – e decidiu cortar a contribuição norte-americana aos cofres da organização, decisão amplamente censurada face ao momento crítico que o mundo atravessa.
 

“Se a OMS tivesse enviado especialistas à China para avaliar a situação no terreno e denunciar a falta de transparência da China, a pandemia teria sido contida na fonte com muito poucas mortes”, justificou Trump, em clara contradição com a sua apreciação inicial da estratégia de Pequim, em finais de Janeiro. Então, o presidente norte-americano elogiava as autoridades chinesas pelos esforços para circunscrever o novo coronavírus e transparência com que informaram da dimensão da pandemia.

Entre uma nebulosa teoria da conspiração de que o novo coronavírus teria sido fabricado num laboratório chinês, Donald Trump deixou a ameaça de “consequências” para Pequim no caso de vir a provar-se que o país é “deliberadamente responsável” por uma pandemia que já infetou três milhões de pessoas e vitimou mais de 200 mil.

“Não estamos felizes com a China”

Ainda na segunda-feira Trump reiterava as dúvidas da administração sobre a estratégia chinesa: “Estamos a fazer investigações muito sérias. Não estamos felizes com a China (…) Há muitas coisas pelas quais eles podem ser responsabilizados (…) Acreditamos que poderíamos ter impedido isso na fonte. Poderíamos ter impedido que se espalhasse tão rápido e não se espalharia por todo o mundo”.

Perante as acusações de quem vendo objeto, Pequim mantém-se firme na narrativa de que enfrentou o novo coronavírus com clareza desde o primeiro surto da doença em Wuhan. Ontem, o executivo chinês veio classificar as acusações de Trump de “mentiras descaradas”.

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“As autoridades norte-americanas ignoraram a verdade em várias ocasiões e proferiram mentiras descaradas”, afirmou o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores. Geng Shuang acusou Washington de procurar dissimular o falhanço interno no controlo da pandemia: “Têm apenas um objetivo, que é o de se eximir de qualquer responsabilidade sobre sua própria gestão da epidemia e distrair a atenção da sociedade”.
 
Chegados a meio da semana, é agora a vez de a Austrália, forte aliada de Washington, seguir no padrão de acusações contra Pequim, martelando a ideia de uma investigação a esse momento zero da pandemia.


Longe desse ponto de corte de financiamento à OMS, Camberra pede no entanto reformulações na organização que poderão passar para já pelo recrutamento de peritos independentes – à semelhança do que são os “inspectores de armamento” – cuja função será a investigação da fonte de grandes surtos no planeta.

 
“A Austrália fará o que for do seu interesse, do interesse global, e continuaremos a apoiar ações que garantam uma avaliação independente e adequada do que aconteceu aqui”.
 

Acicatada pelo posicionamento de Camberra, que Pequim lê como um ataque, a máquina diplomática entrou em ação. Uma das declarações apontava a Austrália “como a pastilha elástica no sapato de Pequim”. Menos irónico foi o aviso de que, ao “fazer o trabalho dos americanos”, os australianos colocavam em risco a relação bilateral e de comércio com a China.

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“Os turistas podem ter dúvidas”

Numa entrevista esta terça-feira ao Australian Financial Review, o embaixador chinês em Camberra, Cheng Jingye, sugeriu que estava aberta a porta ao boicote chinês sobre produtos australianos como carne e vinho. Acrescenta-se aqui outro tipo de serviços: “Os turistas podem ter dúvidas. Talvez os pais dos alunos [chineses] também tenham dúvidas relativamente a este lugar [Austrália] ser acolhedor e agradável, mas antes hostil”, sublinhou o embaixador.

“Talvez as pessoas venham a perguntar-se: Por que devo beber vinho australiano? Comer bife australiano?”, deixou Cheng Jingye.

 
Apesar de o chefe do Tesouro australiano, Josh Frydenberg, ter já garantido que o país “não se curvará perante a extorsão [e que continuará] a defender o interesse nacional australiano, não negociando a saúde para obter resultados económicos”, é incontornável o facto de a China ser o principal parceiro comercial da Austrália (é o maior comprador de vinhos e carnes).
 

Com as relações já azedadas com questões como a militarização do Mar do Sul da China e, após a descoberta de casos de doações chinesas a políticos australianos, a aprovação na Austrália de legislação contra interferência estrangeira, o novo coronavírus poderá agora desencadear uma febre no Pacífico e levar ao deteriorar da maior parceria comercial da região.

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Com informações de RTP

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