“Quino morreu. Todas as pessoas boas deste país e do mundo ficarão de luto por ele”, escreveu no Twitter Divinsky, diretor das Ediciones de la Flor.
Filho de espanhóis andaluzes, Quino nasceu aos pés da Cordilheira dos Andes, em Mendoza (oeste), em 17 de julho de 1932.
Aos 13 anos ingressou na Faculdade de Belas Artes de Mendoza, mas logo se sentiu “cansado de desenhar ânforas e gessos” e transformou sua genialidade em quadrinhos de humor, embora em sua primeira fase, sem palavras.
Aos 18 anos publicou o seu primeiro cartum em Buenos Aires, mas foi aos 30 que Mafalda nasceu do traço do seu lápis. A menina que odeia sopa foi concebida a pedido para um anúncio de eletrodomésticos, em 1963.
A sua criação mais famosa, a desrespeitosa Mafalda (publicada pela primeira vez em 1964), com dois pontinhos nos olhos e uma bolinha no nariz, é filha de uma dona de casa e de um corretor de seguros argentinos, totalmente abestalhados por sua maturidade, inteligência e senso crítico.
As perguntas e considerações de Mafalda sobre a condição das mulheres, a ditadura, a superpopulação, a guerra atômica ou mesmo Fidel Castro são, na realidade, a expressão de uma indignação constante contra o mundo dos anos 1960.
Quando foi lançado na Espanha, então sob o comando do ditador Franco, Mafalda era reservada para adultos. Ela foi censurada na Bolívia, Chile e Brasil. Após o golpe de 1976 na Argentina, Quino foi para o exílio na Itália, e depois na Espanha.
Com informações da AFP