(Reuters) – Um vulcão entrou em erupção nas ilhas canárias espanholas de La Palma neste domingo (19), disse o governo da ilha.
Uma enorme coluna de fumaça se levantou após a erupção às 15h15 no horário local (1415 GMT) no parque nacional Cumbre Vieja, no sul da ilha, de acordo com o governo das Ilhas Canárias.
Pouco antes, as autoridades haviam evacuado cerca de 40 pessoas com problemas de mobilidade e animais de fazenda das aldeias ao redor do vulcão.
Antes da erupção, os cientistas registraram uma série de terremotos de magnitude 3,8 no parque nacional, de acordo com o Instituto Geográfico Nacional Espanhol (ING).
A primeira erupção vulcânica registrada em La Palma ocorreu em 1430, de acordo com o ING. Na última erupção em 1971, um homem foi morto quando tirou fotos perto dos fluxos de lava, mas nenhuma propriedade foi danificada.
Fontes de lava e nuvens de fumaça foram registradas no local. As Ilhas Canárias ficam localizadas a noroeste da África, próximas à costa do Marrocos e do Saara Ocidental.
Para as atividades vulcânicas do Cumbre Vieja causarem impacto na costa brasileira seria necessário um grande colapso do vulcão. Se isso ocorresse, atingiria toda a costa brasileira, de norte a sul, bem como de outros países banhados pelo Oceano Atlântico. Essa possibilidade, no entanto, é considerada remota por especialistas.
Um estudo do pesquisador norte-americano George Pararas-Carayannis, presidente da Tsunami Society International, afirmou que esse tipo de colapso é “extremamente raro e nunca ocorreu na história registrada”. Além disso, ele afirmou que estudos recentes prevendo a geração de tsunamis a partir da erupção do Cumbre Vieja foram baseados em suposições incorretas.
Pararas-Carayannis acrescentou em seu estudo que uma “atenção e publicidade inapropriadas da mídia a tais resultados probabilísticos têm criado uma ansiedade desnecessária de que megatsunamis poderiam ser iminentes e devastar populações costeiras em localidades distantes da origem – nos oceanos Atlântico e Pacífico”.
Já o geólogo Mauro Gustavo Reese Filho, da Universidade Federal do Paraná, afirma em estudo que, ainda que as chances sejam remotas, a população costeira do Brasil deveria ser conscientizada. “Estudos mais recentes dizem que as chances de ocorrência são remotas e longínquas, no entanto, o estabelecimento de sistemas de alarme que possibilitam a evacuação de áreas é justificável quando se trata de vidas humanas”, afirmou Reese em seu trabalho, também citado pela Metsul Meteorologia.
O pesquisador brasileiro apontou a falta de cuidados preventivos na costa brasileira. Ele parte do princípio de que uma mera possibilidade de desastre já indica a necessidade de ações preliminares. “A possibilidade de ocorrência deste evento por si só deveria ser razão para a prevenção de todos os tipos de danos na costa brasileira, porém até o momento nada foi feito. A falta de informação é a principal causadora deste problema, pois inclusive no meio geológico muitas pessoas não sabem sobre tal fato”.