Um contingente da polícia de Nova York entrou nas instalações da Universidade de Columbia na noite de terça-feira, em resposta à presença de numerosos manifestantes pró-palestinos que ali se encontravam.
Os oficiais de choque usaram uma escada para acessar o segundo andar do prédio, enquanto o jornal estudantil Columbia Spectator relatou prisões no local.
Os manifestantes que se barricaram naquele edifício da Universidade de Columbia prometeram combater as tentativas de despejo, enquanto as instituições lutavam para conter os protestos pró-palestinos em dezenas de campi nos Estados Unidos.
Este desdobramento ocorre depois de as autoridades educativas terem afirmado esta terça-feira que estavam “explorando opções” depois de os alunos ocuparem um dos edifícios daquele centro educativo na última meia-noite.
A Universidade de Columbia enviou um alerta para evitar a área: “Abrigo instalado devido à intensa atividade no campus. O não cumprimento pode resultar em ação disciplinar. Por favor, evite a área até novo aviso.”
O centro de estudos já tinha limitado o acesso ao campus aos funcionários e estudantes necessários que ali vivem na terça-feira devido à apreensão do edifício Hamilton, o que é altamente simbólico porque também foi ocupado em 1968 em protesto contra a Guerra do Vietnã.
A ocupação do Hamilton Hall da prestigiada universidade ocorreu horas depois de as autoridades do centro terem anunciado que tinham começado a suspender estudantes por não cumprirem uma ordem de despejo do acampamento que tinham montado nos jardins.
Jovens com a cara tapada partiram janelas e bloquearam as entradas do edifício com mesas, segundo imagens compartilhadas nas redes sociais.
Os manifestantes disseram que permanecerão no prédio até que suas exigências sejam atendidas, incluindo que a Universidade de Columbia rejeite todo financiamento vinculado a Israel.
Paralelamente à implantação em torno do campus de Columbia, a Polícia também iniciou uma operação de despejo na noite de terça-feira, com múltiplas prisões de estudantes acampados na City University of New York (CUNY).
Mais de 1.000 manifestantes foram presos nas últimas duas semanas em campi universitários em estados como Texas, Utah, Virgínia, Carolina do Norte, Novo México, Connecticut, Louisiana, Califórnia e Nova Jersey, alguns após violentos confrontos com a polícia.
“Saia desta situação e continue sua defesa por outros meios”, pediu o prefeito de Nova York, Eric Adams, aos manifestantes de Columbia.
“Isso deve acabar agora”, acrescentou.
A Casa Branca também expressou sua condenação aos recentes confrontos ocorridos em Columbia e na Universidade Politécnica do Estado da Califórnia, Humboldt.
Neste último caso, a situação agravou-se quando os manifestantes ocuparam dois edifícios, provocando uma intervenção policial noturna. Durante a operação, 25 indivíduos foram presos.
As autoridades realizaram uma avaliação preliminar dos danos, estimando que as perdas econômicas no campus universitário do norte da Califórnia ultrapassaram 1 milhão de dólares.
A tomada do prédio foi rejeitada pelo presidente Joe Biden, que pediu para garantir a liberdade de expressão dos estudantes e evitar atos antissemitas.
“O presidente acredita que tomar à força um edifício universitário é absolutamente a abordagem errada”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby. “Não é um exemplo de protesto pacífico”, acrescentou.
(Com informações da EFE, AFP e Associated Press)