Durante entrevista em Bruxelas à CNN Internacional, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que: “Temos que garantir que Putin será derrotado. Este deve ser o objetivo comum”.
“Essa é uma questão de segurança, pelo futuro da Europa e o futuro do mundo”, disse Michel nesta quarta-feira (23).
O parlamentar europeu afirmou também ter falado com o presidente ucraniano Zelensky e com o ditador russo Vladmir Putin diversas vezes desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, esperando ajudá-los a chegar a um “cessar-fogo e tornar possível um caminho genuíno para negociações”.
“É extremamente difícil, porque não estamos certos de que o governo russo é sincero. Não somos inocentes – pensamos que eles estão tentando atacar os militares para fortalecer suas posições nas conversas de negociação”, afirmou.
“Mas por outro lado, temos que mudar o equilíbrio do poder para dar ao presidente Zelensky uma posição melhor nessas conversas diretas com a Rússia”, disse Michel.
A reunião do Conselho Europeu está marcada para ocorrer entre 24 e 25 de março, com a Ucrânia como o principal assunto na agenda. O presidente dos EUA, Joe Biden, tem a presença confirmada na quinta-feira para discutir a Ucrânia e a cooperação transatlântica.
Michel também discutiu sanções, dizendo que a União Europeia deve “ser inteligente” nas sanções contra a Rússia. “Decidimos sobre sanções sem precedentes” contra a Rússia, disse, acrescentando que “estamos mirando em oligarcas e os setores econômicos na Rússia”.
No entanto, “não temos exatamente a mesma situação na Europa e nos Estados Unidos”, reconheceu o presidente do Conselho Europeu. “O setor de petróleo e gás, por exemplo. Somos muito mais dependentes na Europa, em comparação com a situação nos Estados Unidos”.
“É por isso que devemos ser inteligentes, o objetivo é atingir a Rússia, o objetivo é causar dor à Rússia. O objetivo não é causar dor a nós mesmos”, disse.
Quando pressionado sobre a dependência que a Europa tem da Rússia para demandas de energia, Michel disse que “somos dependentes demais do gás russo”.
Entretanto, ele afirmou que esta não é uma percepção recente, apontando que o Acordo Verde Europeu de 2020 possuía como uma das metas de longo prazo solucionar a dependência da Rússia.