Nesta terça-feira (9), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), e o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) tiveram um embate durante audiência pública da Comissão de Segurança Pública (CSP), no Senado Federal.
Na reunião, Moro interrompeu a fala do ministro da Justiça e relembrou a época em que chefiava o Ministério da Justiça e Segurança Pública. O senador disse que estava sendo tratado com “deboche” e destacou estatísticas do período em que foi ministro.
“Em relação às ações do Ministério da Justiça, existe uma lei. Acredito que o senhor lembre, o senhor não pode ter esquecido”, disse Dino a Moro. Moro não gostou da resposta e acusou o ministro de “deboche”.
“Deboche eu não concordo. Vou ter que interromper. Eu conheço muito bem a lei, ministro, sei que na minha gestão no MJ a gente reduziu os assassinatos em 20%, coisa que não vi ainda. Eu não tratei com deboche o ministro, peço respeito”, disse Moro.
A reação de Flávio Dino:
“Vim aqui para ser respeitado. Se um senador acha que pode cercear a minha palavra, se um senador diz que eu tenho que ser preso. Isso é respeito? Pense com a sua consciência”, disse Dino.
Na sequência, Dino alfinetou Moro, afirmando que “nunca teve sentença anulada”. A fala faz referência à anulação do Supremo Tribunal Federal (STF) que anulou condenações aplicadas por Moro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no âmbito da Operação Lava Jato.
“Eu sou uma pessoa honesta, sou ficha limpa, sou juiz, nunca fiz conluio com o Ministério Público, nunca tive sentença anulada. Por ser um juiz honesto, não admito que ninguém venha dizer que tenho que ser preso. Portanto, eu repilo veementemente qualquer ofensa a minha honra, e ninguém vai me impedir de defender a minha honra, porque quem tem honra defende”, disse o ministro da Justiça.