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Após as críticas feitas por França, Alemanha e Reino Unido sobre a falta de cooperação do regime iraniano nas negociações sobre seu programa nuclear, o porta-voz de Teerã, Esmail Baqai, anunciou neste domingo (24) que realizará negociações com esses países na próxima sexta-feira.
As potências europeias, juntamente com os Estados Unidos, apresentaram na quinta-feira um texto criticando a falta de cooperação de Teerã durante uma reunião da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O documento foi aprovado por 19 dos 35 membros da Junta de Governadores da AIEA, o que gerou a indignação da República Islâmica. Em resposta, Teerã anunciou na sexta-feira que lançará uma série de “novas centrífugas avançadas” para seu programa nuclear.
Os países que apoiaram a resolução alegam que o Irã está acumulando grandes quantidades de urânio altamente enriquecido, o que poderia ser utilizado para desenvolver uma arma nuclear.
“Observamos com profunda preocupação o anúncio feito pelo Irã, que, em vez de responder à resolução com cooperação, planeja expandir ainda mais seu programa nuclear por meio de caminhos que não têm justificativa pacífica credível”, afirmaram os quatro países em um comunicado conjunto divulgado no sábado.
Na declaração, as quatro potências ocidentais saudaram a adoção da resolução da AIEA, dizendo que ela é uma resposta ao “fracasso contínuo” do Irã em cooperar com o organismo de forma oportuna.
O presidente iraniano, Masud Pezeshkian, destacou na semana passada que Teerã “não tentou nem tentará” desenvolver armas nucleares e se mostrou disposto a retomar as discussões com a AIEA para “esclarecer” as “ambiguidades” em torno de seu programa nuclear. Ele também lembrou que “foi os Estados Unidos que se retiraram unilateralmente” do acordo histórico de 2015, após o qual Washington impôs uma série de sanções contra o país.
O Irã defende o direito de desenvolver energia nuclear para fins civis, mas nega categoricamente que tenha a intenção de desenvolver uma arma nuclear. Em 2015, o Irã e as potências mundiais assinaram um acordo que previa o alívio das sanções internacionais contra Teerã em troca de garantias de que o país não buscaria desenvolver armas nucleares. No entanto, os Estados Unidos se retiraram unilateralmente do acordo em 2018, sob a presidência de Donald Trump.
Além da questão nuclear, o Irã também discutirá com França, Alemanha e Reino Unido a situação regional e internacional, incluindo os conflitos em Gaza e no Líbano, segundo Baqai. Teerã apoia o movimento libanês Hezbollah e o grupo islamista palestino Hamas em Gaza, ambos em guerra contra Israel. O local exato das negociações ainda não foi revelado.
(Com informações de AFP e EFE)