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O Ministro das Relações Exteriores de Israel informou nesta quarta-feira que suspendeu a participação do país no Conselho de Direitos Humanos da ONU (UNHRC), com o qual há anos mantém divergências quanto à situação da Palestina e outros territórios árabes.
Ao comunicar a saída, Gideon Saar acusou o organismo de “demonizar obsessivamente a única democracia no Oriente Médio” e de não cumprir suas tarefas de defender os direitos humanos.
“Este organismo se concentrou em atacar um país democrático e propagar o antissemitismo em vez de promover os direitos humanos. O UNHRC tradicionalmente protegeu os abusadores dos direitos humanos, permitindo que se escondam do escrutínio e demonizando, em vez disso, Israel”, assegurou o funcionário, que insistiu que “a discriminação contra nós é clara”.
Segundo Saar, o Estado judeu é o “único país com um ponto na ordem do dia dedicado a ele” e foi alvo de mais de 100 resoluções condenatórias, um número que representa mais do que as anunciadas contra Irã, Cuba, Coreia do Norte e Venezuela juntas, e “mais de 20% de todas as resoluções aprovadas na história do Conselho”.
No passado, a agência mostrou sua discordância com a postura adotada por Tel Aviv em uma série de temas, que vão desde a assistência humanitária fornecida a Gaza, suas declarações sobre o enclave palestino, sua estratégia bélica que “usa a fome como arma e inflige castigos coletivos à população palestina” até seus métodos de guerra que “são compatíveis com as características do genocídio”.
É por isso que “Israel não aceitará mais essa discriminação”, concluiu no comunicado.
A notícia foi divulgada pouco depois de que, na véspera, o presidente Donald Trump fez o mesmo com os Estados Unidos, e no mesmo dia em que recebeu o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no Salão Oval. A ordem de Washington também se estende à Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), cujos fundos permanecem suspensos.
“Sempre senti que a ONU tem um enorme potencial, mas não está cumprindo com ele neste momento. Por muito tempo tem sido ineficaz. Há grandes esperanças nela, mas, para ser honesto, não está bem gerida”, disse Trump à imprensa, enquanto a Casa Branca divulgou um comunicado afirmando que, como apontado anteriormente, o Conselho de Direitos Humanos da ONU “demonstrou um viés constante contra Israel” e protegeu nações como Irã, Cuba e China, “apesar de suas graves violações e abusos contra os direitos humanos”.
O texto também menciona um “profundo viés antiestadunidense” por parte de vários organismos das Nações Unidas e justifica, portanto, a saída dos Estados Unidos.
Durante seu primeiro mandato, Trump também retirou os Estados Unidos do Conselho de Direitos Humanos da ONU, mas em janeiro de 2021, pouco depois da chegada de Joe Biden à Casa Branca, Washington se reincorporou.
No entanto, o UNHRC assegurou que desde 1º de janeiro de 2025 nenhum dos dois países em questão fazia “parte dos 47 Estados-membros”, mas sim tinham “status de observador”, pelo que tecnicamente “não podem se retirar de um corpo intergovernamental do qual não fazem parte”.
(Com informações da AFP, EFE e Europa Press)
