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O governo chinês enviou um recado direto a países que consideram restringir suas relações comerciais com Pequim na tentativa de obter vantagens tarifárias dos Estados Unidos. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (21), o Ministério do Comércio da China afirmou que “se opõe firmemente a qualquer parte que feche acordos às custas dos interesses da China” e alertou que “tomará contramedidas de forma resoluta”.
Segundo reportagens da imprensa americana, a administração do ex-presidente Donald Trump planeja pressionar outras nações a reduzirem suas trocas comerciais com a China. Em troca, os Estados Unidos ofereceriam melhores termos comerciais, incluindo sanções financeiras favoráveis.
“Apaziguamento não trará paz, e compromisso não trará respeito”, declarou o ministério chinês. “Buscar as chamadas isenções prejudicando os interesses de outros por ganhos egoístas e de curto prazo é como negociar com um tigre por sua pele. No fim, isso só levará a uma situação de perda para todos os lados.”
O impasse tarifário entre Washington e Pequim ocorre em meio a uma ofensiva mais ampla dos EUA contra dezenas de países. Embora a maioria das tarifas elevadas tenha sido suspensa por 90 dias para permitir negociações, a China foi excluída desse alívio. As tarifas sobre produtos chineses chegaram ao patamar de 145%.
Na semana passada, o Wall Street Journal informou, citando fontes anônimas, que o plano americano incluiria impedir que mercadorias chinesas transitassem por países aliados, bloquear a realocação de empresas chinesas como forma de evitar tarifas, e rejeitar importações industriais baratas da China.
Embora Trump não tenha declarado oficialmente que pretende forçar países a limitar o comércio com os chineses, ele sinalizou estar aberto à ideia. “Talvez, sim, talvez”, disse o ex-presidente em entrevista à Fox News ao ser questionado se países da América Latina deveriam ser forçados a escolher entre investimentos chineses ou americanos. “Eles deveriam fazer isso”, afirmou.
Em resposta à escalada das tensões com os EUA, a China tem reforçado seus laços diplomáticos e comerciais com outras nações. O presidente Xi Jinping visitou recentemente Vietnã, Malásia e Camboja, onde assinou acordos bilaterais e reiterou o compromisso de Pequim com o comércio livre e aberto.
“O fato é que ninguém quer ter que escolher um lado”, disse Bo Zhengyuan, sócio da consultoria chinesa Plenum, à NBC News. “Se os países têm alta dependência da China em termos de investimento, infraestrutura industrial, conhecimento tecnológico e consumo, não acho que aceitarão as exigências dos EUA. Muitos países do Sudeste Asiático se enquadram nesse perfil”, concluiu.
