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O governo dos Estados Unidos decidiu convocar para consultas John T. McNamara, encarregado de negócios interino da Embaixada americana na Colômbia. A medida eleva a tensão entre os dois países, tradicionalmente considerados aliados estratégicos na região. Washington anunciou a decisão após o que descreveu como “declarações infundadas e reprováveis provenientes dos mais altos níveis do Governo da Colômbia”.
A convocação de McNamara implica seu retorno imediato a Washington, onde ele terá reuniões de alto nível para avaliar a situação da relação diplomática e os próximos passos a seguir. O Departamento de Estado divulgou um comunicado manifestando uma “profunda preocupação com o estado atual de nossa relação bilateral”, e acrescentou que, além da saída temporária do diplomata, “estamos adotando outras medidas para deixar clara nossa profunda preocupação”. A porta-voz Tammy Bruce detalhou: “Além da retirada do Encarregado, os Estados Unidos estão adotando outras medidas para deixar clara nossa profunda preocupação com o estado atual de nossa relação bilateral”.
Reafirmação de Parceria e Preocupações do Departamento de Estado
Apesar do ambiente de tensão, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que lidera a política externa americana, afirmou que a Colômbia “continua sendo um parceiro estratégico essencial para os Estados Unidos”. O comunicado do Departamento de Estado sublinhou: “Reafirmamos nosso compromisso com uma estreita cooperação em diversas prioridades comuns, incluindo a segurança e a estabilidade regional, e continuamos trabalhando em iniciativas que melhorem a vida tanto dos americanos quanto dos colombianos”.
A mensagem busca ratificar o vínculo tradicional com Bogotá, mas evidencia uma preocupação concreta com as recentes sinalizações do Executivo colombiano.
Reação da Colômbia e Análise de Especialistas
Em Bogotá, a Chancelaria, ainda sob a direção de Laura Sarabia (apesar de ter apresentado sua renúncia), indicou que o Governo colombiano está em contato com o Departamento de Estado para revisar e dialogar sobre as circunstâncias que levaram a essa crise diplomática. Uma fonte da Chancelaria consultada pelo Infobae Colombia afirmou: “A chanceler está em comunicações com os EUA enquanto estiver no cargo e designarem novo chanceler estará à frente do tema”.
Especialistas em relações internacionais consideram que a retirada de McNamara marca um dos pontos mais baixos na relação entre Colômbia e Estados Unidos na última década. Esse gesto diplomático de Washington é incomum e geralmente é reservado para situações de profundo desentendimento em assuntos de interesse estratégico ou quando há declarações que questionam aspectos fundamentais da relação bilateral.
Marco Rubio também publicou em sua conta no X (antigo Twitter) a ratificação da convocação de McNamara: “Chamamos nosso Encarregado de Negócios interino de Bogotá para consultas urgentes após as declarações infundadas e repreensíveis de altos funcionários do governo colombiano. Nossa nação está comprometida com a relação bilateral entre Estados Unidos e Colômbia e com o povo colombiano. Continuaremos engajados com as prioridades compartilhadas, incluindo a segurança e a estabilidade”.
Questões Subjacentes à Crise
Embora o comunicado dos EUA não tenha especificado as expressões que causaram a crise, círculos diplomáticos consideram que a administração Trump busca enviar uma mensagem direta ao Palácio de Nariño sobre a importância do respeito mútuo e da cooperação em temas sensíveis para ambos os países. A luta antidrogas, a segurança regional e a agenda migratória são eixos centrais da relação, e qualquer atrito ou desacordo público gera repercussões imediatas na dinâmica diplomática.
Para o Departamento de Estado, a cooperação com a Colômbia em temas de segurança e estabilidade regional continua sendo prioritária. O comunicado reitera que “continuamos comprometidos com os esforços que melhoram a vida de americanos e colombianos por igual”. O tom do comunicado indica um interesse em preservar os canais de diálogo, mas condiciona sua continuidade a um maior alinhamento entre as chancelarias.
A retirada do encarregado de negócios em Bogotá ocorre em um contexto de crescentes tensões regionais e de uma agenda bilateral com desafios complexos. Enquanto os Estados Unidos mantêm uma política de firmeza em relação aos governos aliados no hemisfério ocidental, o caso colombiano ganha particular relevância pelo seu papel como parceiro estratégico no controle do narcotráfico, na gestão migratória e na estabilidade da América Latina.
