O Ministério da Educação (MEC) informou nesta terça-feira, 16, que tomará medidas administrativas e judiciais para responsabilizar envolvidos em uma suposta “má gestão” na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). A instituição teve a energia elétrica cortada em todos os seus cinco câmpus. Desde que assumiu a pasta, em abril, o ministro Abraham Weintraub tem se envolvido em polêmicas com as instituições por causa de bloqueios de verbas.
Segundo informou a própria reitoria da UFMT, os câmpus nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Araguaia, Rondonópolis e Sinop, além da Base de Pesquisa do Pantanal, tiveram a luz desligada. A UFMT é composta por 29 institutos e faculdades e tem mais de 34 mil alunos nos 106 cursos de graduação e 62 de pós.
Ainda de acordo com a universidade, logo após o corte, entrou em contato com o MEC, solicitando a liberação de recursos financeiros necessários para o pagamento da fatura.
“Após a liberação do repasse pelo MEC, imediatamente a UFMT dirigiu-se à Energisa (concessionária de energia de Mato Grosso) para demonstrar o pagamento da fatura pendente no valor de aproximadamente R$ 1,8 milhão”, informou a universidade.
Já o MEC, em nota na tarde desta terça, informou que o ministro Weintraub “tomou conhecimento da situação” na última quinta-feira, 11, quando chamou a reitora ao ministério e autorizou o repasse de R$ 4,5 milhões para que a reitoria quitasse a dívida. A pasta argumenta que a liberação do limite de empenho foi realizada na sexta-feira da semana passada “com o compromisso da reitora para o pagamento imediato da referida dívida”.
O MEC informou, ainda, que o ministro vai “tomar as medidas cabíveis tanto administrativas como judiciais para a responsabilização dos envolvidos pela má gestão na UFMT”.
No Twitter na noite desta terça, Weintraub disse que o MEC atuou diretamente com a companhia de luz e teve a colaboração da diretora e do vice-reitor da universidade. “A ‘magnífica’ reitora está incomunicável (sumiu)”, escreveu. “Já iniciamos providências legais quanto à reitora.”
UFMT: a “magnífica” reitora está incomunicável (sumiu). O MEC atuou diretamente junto à companhia de luz. Diretora e vice reitor colaboraram. Dos 5 campi, 4 já tiveram a luz religada. Falta 1 campus, expectativa: + 30 minutos. Já iniciamos providências legais quanto à reitora. — Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) July 17, 2019
MEC vai propor formato alternativo de financiamento
Em meio à crise orçamentária com as universidades federais, Weintraub, promete lançar nesta quarta-feira, 17, um programa que propõe formato alternativo de financiamento para o ensino superior público. Batizado de Future-se, o programa deve estimular captação de recursos próprios pelas instituições com doações e parcerias com empresas privadas.
O modelo deve ter adesão voluntária pelas universidades. “Permitindo separar o joio do trigo… as que quiserem ficar no atual modelo, poderão ficar”, disse Weintraub, que negou esta semana intenção de cobrar mensalidade nas federais.
A equipe dele aposta que o programa será sua maior ação à frente do ministério até o momento. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que ele será responsável por uma “nova dinâmica para a educação”. “Nós queremos nossas universidades entre as 100 melhores do mundo.”
Por Agência Estado