O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), afirmou na tarde deste sábado (24) que não encara como uma “derrota total” a decisão do Tribunal de Julgamento do Impeachment que o afastou do cargo por até 180 dias. Durante esse tempo, Moisés será julgado por crime de responsabilidade por aumentar salário dos procuradores do estado.
O Tribunal do impeachment teve seis votos a favor e quatro contra o recebimento da denúncia contra Moisés. Na entrevista coletiva realizada na Casa d’Agronômica, em Florianópolis, o governador classificou os quatro votos dos desembargadores, que rejeitaram a denúncia contra ele e a vice-governadora Daniela Reinehr, como “muito bem fundamentados” e “incisivos pela absolvição sumária” de ambos.
Ele comentou ainda a questão referente à equiparação salarial dos procuradores do estado, que motivou este primeiro processo de impeachment. “Foi muito comentado nesses votos, muito destacado, a necessidade de acatamento pelo governador e pela vice governadora daquela decisão, que também alguns dos desembargadores fundamentaram, que era decisões judiciais e que tinham que ser acatadas”, disse.
Com a aprovação de continuidade do 1º processo de impeachment, a vice-governadora assume interinamente o governo de Santa Catarina.
Na coletiva, Moisés disse ainda que conversou com Reinehr e colocou o primeiro escalão do governo à disposição dela. Na tarde deste sábado, ele deve se reunir com as principais pastas para, segundo ele, facilitar o “processo de transição”.
Questionado sobre o afastamento de até 180 dias, ele afirmou que pretende se dedicar a estabelecer elos com as lideranças políticas do estado.
“Eu tenho a convicção de que esse processo de impeachment deve ser arquivado definitivamente, mesmo com o afastamento, e pra isso a gente precisa, de fato, dialogar com o parlamento e é isso que nós vamos intensificar, esse é o objetivo nos próximos dias”, disse.