Em entrevista à CNN Brasil, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, afirmou nesta terça-feira (30) que não vê risco à democracia brasileira com a reforma ministerial realizada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Ele sinalizou também que o deslocamento dos ministérios se deu por acomodação política. “[Era necessário] acomodar o general [Luiz Eduardo] Ramos na Casa Civil, e o general Braga [Netto] na Defesa”, afirmou. “Ele [Braga] é um general próximo ao presidente e, obviamente, é necessário que algumas peças abram espaço para a articulação. Não vejo nenhuma intenção do presidente em politizar as Forças Armadas. Foi apenas um movimento de acomodação”, completou Barros.
“As Forças Armadas são o Estado brasileiro, não são o governo. O ministro Fernando Azevedo vinha fazendo um bom trabalho, mas foi pedido sua vaga para acomodar o general Braga Netto, que é mais próximo do presidente, alinhado com seu pensamento. Eu não vejo em nenhum momento a tentativa de politizar a ação das Forças Armadas brasileiras”, acrescentou o deputado federal do PP.
Segundo Barros, o Brasil vive um ambiente tranquilo politicamente e não há sinalizações de mudanças no regime democrático.
“Até porque o Brasil já passou por vários testes sobre sua capacidade de manter o estado democrático, [como] dois impeachments, e superou a todos”, disse.
“As disputas são mais de retórica, de ideologia do que de posicionamento”, completou.
O líder do governo na Câmara também afirmou que as alterações ministeriais foram para atender “reivindicações de alinhamento do pensamento” à centro-direita.
“Direita porque o presidente é de direita, e centro porque é ele que sustenta o governo no Parlamento. Então, esse foi o alinhamento que, no conjunto, foi uma medida boa do presidente da República e alinha mais o governo ao pensamento da base”.