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Na manhã desta quarta-feira (1º) em entrevista coletiva, o vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que “pode ser que tenha que ocorrer algum racionamento” de energia elétrica em razão de crise energética no país.
O vice-presidente foi questionado sobre a decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de criar uma taxa extra ainda mais cara a ser cobrada na conta de luz.
“O que eu tenho acompanhado é que o governo tomou as medidas necessárias, criou uma comissão para acompanhar e tomar as decisões a tempo e a hora no sentido de impedir que ocorra isso aí que você [repórter] colocou, que haja apagão. Agora, pode ser que tenha que ocorrer algum racionamento. O próprio ministro [de Minas e Energia] falou isso”, declarou Mourão.
Publicamente, o ministro Bento Albuquerque diz não haver a possibilidade de racionamento. Em pronunciamento nesta terça (31), no entanto, afirmou que a “condição hidroenergética se agravou” e pediu aos consumidores que reduzam o desperdício de energia por meio de ações como, por exemplo, apagar as luzes e aparelhos que não estão em uso.
A chamada “bandeira tarifária escassez hídrica” entrou em vigor nesta quarta e permanecerá até 30 de abril de 2022. A nova bandeira adiciona R$ 14,20 na conta de luz para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. Até então, o preço mais elevado era o da “bandeira vermelha patamar 2”, cujo valor era R$ 9,49, reajustado em junho.
O país vive a pior crise hídrica dos últimos 91 anos. Segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS), os reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, que correspondem a 70% da energia gerada no Brasil, estão com 21,3% da capacidade de armazenamento. A previsão do ONS é que esses reservatórios cheguem a 10% da capacidade em novembro.