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Nesta quinta-feira (02), a CPI da Covid ouvirá o depoimento do advogado Marconny Albernaz de Faria, que é apontado como lobista junto ao Ministério da Saúde em favor da Precisa Medicamentos.
Precisa Medicamentos é um dos focos da CPI por seu contrato com a pasta para a compra da vacina indiana Covaxin.
O depoimento de Albernaz inicialmente tinha sido adiado após o advogado apresentar um atestado médico de 20 dias à comissão, alegando estar internado no hospital Sírio Libanês, em Brasília, e não poder comparecer ao Senado.
Os parlamentares consideraram o longo atestado suspeito e pediram para entrar em contato com o hospital para confirmar a internação de Albernaz.
Com a dúvida levantada pelos senadores, o diretor do hospital entrou em contato com o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).
Aziz atendeu a ligação do hospital durante a reunião da CPI e comunicou aos colegas que um boletim médico seria enviado.
No início da noite de quarta-feira (1º), pouco após o encerramento da reunião, o médico que tinha assinado o atestado falou com os senadores para cancelar a dispensa médica.
Segundo o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (REDE-AP), o profissional que concedeu o atestado a Albernaz disse ter notado uma “simulação” por parte do paciente, e por isso desejava cancelar o documento.
Pouco antes, Aziz havia afirmado que o longo atestado de do advogado era apenas uma tentativa para “fugir” da comissão.
A convocação de Albernaz foi mantida para esta quinta após a comunicação do médico. Os senadores querem esclarecer qual era a relação do advogado para a Precisa e sua atuação dentro do Ministério da Saúde. Albernaz é um dos participantes de um jantar realizado na casa da advogada do presidente Jair Bolsonaro, Karina Kufa, em que o ex-secretário-executivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) José Ricardo Santana teria conhecido Albernaz.
Santana também é apontado como lobista da Precisa dentro da pasta por sua proximidade com Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do ministério. Em um áudio enviado por Santana a Albernaz e reproduzido durante o depoimento dele, Santana dizia ter conversado durante muitas horas com a médica Nise Yamaguchi para elaborar uma apresentação a Bolsonaro e afirmando que Marconny seria importante para colocar o plano de pé.