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Em recurso enviado ao STF na terça-feira (05), a Advocacia Geral da União (AGU) afirmou que uma suposta interferência por parte do presidente Jair Bolsonaro na operação da Polícia Federal (PF) que prendeu o ex-ministro do MEC Milton Ribeiro é “inexistente”.
A AGU ainda pediu o afastamento do ministro Alexandre de Moraes do caso. Ele é relator de um dos pedidos de investigação contra Bolsonaro. O pedido em questão foi protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues.
Randolfe enviou a Moraes sob a justificativa de que o ministro é relator de um outro inquérito sobre suposta interferência de Bolsonaro na PF — trata-se daquele aberto em 2020, no contexto das denúncias e saída do então-ministro Sergio Moro do governo.
De acordo com a AGU, todos os pedidos de investigação sobre o caso Milton Ribeiro devem ser relatados pela ministra Cármen Lúcia, responsável pelo respectivo inquérito no STF.
O órgão, então, solicita a anulação da demanda de Moraes por manifestação da PGR sobre o caso.
Em conversas telefônicas interceptadas pela PF, no âmbito da operação que prendeu Ribeiro, o ex-ministro e sua esposa indicam que o presidente o alertou sobre o eventual mandado de busca e apreensão.
O delegado da PF Bruno Calandrini chegou a enviar mensagem aos colegas alegando “interferência na condução da investigação”, que teria beneficiado Ribeiro ao não ser transferido para Brasília no dia de sua detenção. A defesa de Bolsonaro nega as alegações.