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O corregedor-geral do TSE, Benedito Gonçalves, pediu autorização ao ministro Alexandre de Moraes para ouvir Anderson Torres na investigação eleitoral que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por “abuso de poder político” e “uso indevido dos meios de comunicação”.
A depender do julgamento, Bolsonaro pode ficar inelegível por 8 anos se for considerado culpado.
O ex-secretário da Segurança do DF deve ser interrogado por conta da minuta sobre “Estado de Defesa” no TSE encontrada em sua residência durante buscas da PF, seu eventual envolvimento na reunião de Bolsonaro com embaixadores e sua participação na live feita por Bolsonaro sobre urnas eletrônicas em julho de 2021.
“No caso de Anderson Gustavo Torres, atualmente em prisão provisória por determinação do Min. Alexandre de Moraes, Relator do Inquérito nº 4879/DF, o depoimento deve ser precedido da autorização de Sua Excelência, e ser realizado por sistema de videoconferência, no local em que se encontra detido”, afirmou Benedito em seu pedido.
Além de Torres, o corregedor também determinou que sejam colhidos os depoimentos de Eduardo Gomes da Silva, coronel reformado e ex-assessor da Presidência, e dos servidores da PF Ivo de Carvalho Peixinho e Mateus de Castro Polastro.
A data do depoimento de Anderson Torres será fixada após autorização de Alexandre de Moraes. A oitiva dos demais foi agendada para o dia 16 de março.
Gonçalves determinou ainda a a expedição de ofício ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, para que informe as medidas adotadas pela pasta, durante o Governo Bolsonaro, para a realização e transmissão da reunião de Bolsonaro com os embaixadores.
No pedido, o corregedor menciona que a reunião de Bolsonaro com os embaixadores teve como “fio condutor” o vazamento de um inquérito da PF, que, segundo afirmou o ex-presidente, teria permitido a hackers acessarem “diversos códigos-fontes” das urnas e “transferir votos”.
“Chama a atenção que o inquérito da Polícia Federal no qual supostamente se basearia a alegação de fraude nas eleições 2018 (e de não solução do problema) foi objeto de live realizada por Jair Messias Bolsonaro no ano de 2021. Esse fato também foi mencionado para os embaixadores – ‘Eu tive acesso a esse inquérito no ano passado [2021], e divulguei’, diz”, afirma Gonçalves no pedido.
“A fala possui marcadores cronológicos, que conectam passado, momento presente, e projeções para o futuro”.