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O Governo Lula (PT) autorizou a liberação de R$ 7,7 bilhões em “emendas Pix”, sendo R$ 4,25 bilhões destinados a serem pagos antes das eleições municipais. Esta movimentação ocorre sem divulgação clara sobre a destinação dos recursos. As liberações foram efetuadas na quarta-feira (26).
A decisão do Governo Lula ‘dribla’ a legislação eleitoral brasileira e também uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), que solicitou transparência sobre tais verbas.
As “emendas Pix” são repasses opacos do governo federal a Estados e municípios, solicitados por parlamentares sem definição prévia de uso, ao contrário de outras formas de transferências governamentais.
A falta de transparência dificulta a fiscalização: enquanto é possível identificar os legisladores responsáveis pela indicação e os destinatários finais, não há informação clara sobre a aplicação efetiva dos recursos.
Em acordo com os parlamentares, o Governo Lula se comprometeu a transferir mais de metade do valor, R$ 4,25 bilhões, até 5 de julho, podendo esse montante aumentar com emendas pendentes.
Uma parte significativa, R$ 232,5 milhões, foi adiantada a municípios gaúchos e outros que decretaram calamidade pública.
A “emenda Pix” contorna as restrições da lei eleitoral, que proíbe pagamentos de emendas três meses antes das eleições, salvo para obras em andamento, permitindo gastos durante a campanha, o que é vetado para outros recursos.
Os parlamentares incluem os recursos no Orçamento da União sem especificar os destinos, deixando essa decisão para prefeitos e governadores. A única exigência é que 70% seja investido, sem pagamento de pessoal ou dívidas, uma regra frequentemente desrespeitada. Este ano, durante as eleições municipais, 90% dos recursos irão para prefeituras, com os governos estaduais recebendo apenas a parcela restante.
Em janeiro, o TCU determinou transparência no uso dos recursos, exigindo que os municípios informem publicamente como os recursos serão gastos por meio de uma plataforma do governo federal, dentro de 60 dias após o recebimento.
Embora o Governo Lula tenha “regulamentado” os repasses por meio de uma portaria, não incorporou as recomendações do TCU na prestação de contas, tampouco atendeu a exigências da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), como o registro do objeto dos gastos e a comprovação da utilização dos recursos.