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Eduardo Olivatto, chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras (Siurb) da Prefeitura de São Paulo, mantém uma empresa sediada em um imóvel alugado de um dos principais fornecedores contratados pela secretaria para obras emergenciais. A informação é do site UOL.
Ele é irmão de Ana Maria Olivatto, advogada e ex-mulher de Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que é a maior organização criminosa do Brasil.
Ana Maria foi assassinada em 2002, em Guarulhos, devido a disputas internas de poder na organização criminosa, segundo investigações. No entanto, não há indícios de que essa relação tenha influenciado a trajetória de Olivatto como servidor público.
Olivatto possui vínculos comerciais com Fernando Marsiarelli, empresário que se destacou como o maior beneficiado em contratos emergenciais durante a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Uma das empresas de Marsiarelli aluga um imóvel para as empresas de Olivatto e de sua esposa, Christiane Fernandes Florio Olivatto. Além disso, Marco Antônio Olivatto, outro irmão de Eduardo, atua como secretário no gabinete do deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), um dos articuladores da aliança entre o prefeito Ricardo Nunes e o PL para as próximas eleições.
Eduardo Olivatto ocupou diversos cargos na Prefeitura até ser nomeado chefe de gabinete da Siurb, em 2021, tornando-se figura de confiança do secretário Marcos Monteiro. Nos bastidores políticos, ele é descrito como uma das pessoas mais influentes na secretaria e responsável por manter alinhamento com o gabinete do prefeito.
Paralelamente à sua função pública, Olivatto é proprietário de duas holdings: a CGT Participações Empresariais LTDA, criada em janeiro de 2023, e a Fernandes & Olivatto, fundada em 2022, ambas sediadas na zona sul de São Paulo. Ele é sócio de sua esposa, Christiane, que também é dona da CFFO Administração de Bens Próprios. As empresas Fernandes & Olivatto e CFFO têm como sede o mesmo apartamento, pertencente à Imóveis Ravello LTDA., de propriedade de Fernando Marsiarelli.
Em declarações ao portal UOL, Eduardo e Christiane Olivatto negaram qualquer relação entre os contratos assinados pela Siurb e as empresas particulares da família. A assessoria de Olivatto afirmou que ele “não participa de licitações”. Marsiarelli, por sua vez, declarou que mantém apenas uma “relação institucional” com Olivatto, e que “não há conflito de interesses ou irregularidades” entre os dois. Ele atribuiu o sucesso de sua empresa junto à Siurb à “qualidade dos serviços prestados”.
Sobre o contrato de aluguel, a assessoria de Olivatto informou que ele foi assinado em novembro de 2022 e rescindido em janeiro deste ano, embora os registros da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) ainda apontem que as empresas estão localizadas no mesmo endereço.
A Prefeitura de São Paulo ressaltou, por meio de nota, que Olivatto exerce funções em diversas pastas desde que ingressou por concurso público em 1988 e que ele não tem influência sobre os processos licitatórios da Siurb.
Durante debate na TV Globo, na noite de quinta-feira (03), Nunes comentou sobre o assunto ao ser questionado e disse que Olivatto ingressou como servidor público em 1988. O prefeito ainda afirmou que o candidato do PSol tenta “enganar as pessoas”.
“O rapaz que você está falando da matéria é funcionário de carreira da prefeitura. Entrou no concurso em 1988. Era gestão da Erundina. A irmã era casada com o cara da criminalidade e morreu há 20 anos. Você vem com essa conversinha… Você acha que quem está assistindo vai cair nessa conversinha do Boulos? Para de querer enganar as pessoas, Guilherme”, afirmou Nunes.