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A liderança da oposição na Câmara dos Deputados divulgou nesta terça-feira (28) uma nota oficial em que acusa o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de omissão diante da megaoperação policial que deixou 64 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro. Entre os mortos estão quatro policiais — dois civis e dois do Bope. A ação também resultou na prisão de 81 supostos traficantes e na apreensão de 75 fuzis e 9 motocicletas.
Segundo o governo do Rio, a Operação Contenção, que mobilizou cerca de 2.500 policiais civis e militares, tinha como objetivo capturar lideranças criminosas do estado e de outros locais, além de impedir a expansão territorial do Comando Vermelho, facção que controla 26 comunidades nos dois complexos.
Em nota assinada pelo deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara, os parlamentares classificam o episódio como um “estado de guerra” e afirmam que a crise escancara “o tamanho do vácuo de comando e da omissão do governo federal diante da violência que devasta a sociedade brasileira”.
“O Rio de Janeiro amanheceu em guerra. Mesmo com pedido formal do governador Cláudio Castro, o governo Lula negou por três vezes o apoio das Forças Armadas. A tropa foi sozinha — enfrentando drones com bombas, barricadas e um arsenal de guerra em poder do crime organizado”, diz o comunicado.
O documento também criticou declaração do presidente sobre traficantes como “vítimas”. “Vítima é o policial que tombou em combate. Vítima é o trabalhador que teve o ônibus incendiado. Vítima é o povo honesto, aprisionado pelo medo, abandonado por um governo que não tem coragem de enfrentar o crime”, afirmou Zucco.
Nas redes sociais, outros parlamentares reforçaram a crítica. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) destacou que a operação foi a maior da história do Rio no combate ao crime organizado e que policiais enfrentaram “milhares de tiros de fuzis, barricadas em chamas e até drones com bombas”. Ele acrescentou: “Não há outro caminho para buscar a liberdade de milhões de pessoas que vivem sob a lei paralela desses marginais com tamanho poderio bélico”.
A deputada Chris Tonietto (PL-RJ) pediu “prioridade absoluta à segurança pública”, defendendo a política de tolerância zero com o crime. “A bandidagem tem armas de última geração e consegue dominar quando e onde quiser. A situação tende a piorar caso não haja ação firme do Estado”, disse.
O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) também criticou a postura do presidente. “A verdadeira vítima é o cidadão comum, o trabalhador, a mãe que perdeu o filho e o policial que não sabe se voltará vivo para casa”, afirmou, apontando ainda que decisões do STF proibindo operações em comunidades favoreceram a expansão das facções e contribuíram para a atual crise.
A megaoperação, considerada a mais letal da história do estado, deixou feridos nove agentes de segurança e três civis inocentes. Entre os policiais mortos estão os agentes Marcos Vinícius, da 53ª DP (Mesquita), conhecido como Máskara, e Rodrigo, da 39ª DP (Pavuna), atingidos por disparos e que não resistiram aos ferimentos.