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O Ministério da Saúde confirmou nesta quinta-feira (8) o primeiro caso de morte neonatal associado à febre Oropouche no Acre. O bebê, que nasceu com anomalias congênitas graves, incluindo microcefalia e malformações articulares, faleceu após 47 dias de vida. A infecção foi transmitida verticalmente, ou seja, da mãe para o bebê durante a gravidez.
A mãe, de 33 anos, apresentou erupções cutâneas e febre no segundo mês de gestação. Exames realizados após o parto confirmaram a presença do vírus Oropouche. O Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS), em Belém, descartou outras possíveis causas para as anomalias.
Medidas e Investigações
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, tem se reunido com especialistas e gestores de saúde para discutir o caso e as implicações da febre Oropouche. Devido à novidade dos casos de transmissão vertical, o Ministério da Saúde planeja um seminário científico nacional sobre o tema na próxima semana. Recentemente, foi realizado um evento com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco.
Além do caso no Acre, o Brasil registrou duas mortes por febre Oropouche na Bahia entre maio e junho deste ano, marcando os primeiros óbitos pela doença no país. Também foi confirmado um óbito fetal por transmissão vertical da doença em Pernambuco, onde a gestante estava na 30ª semana de gravidez.
Dados e Prevenção
Até o início de agosto, foram registrados 7.497 casos de febre Oropouche em 23 estados brasileiros, com maior incidência no Amazonas e em Rondônia. Um óbito em Santa Catarina ainda está sendo investigado.
Os sintomas da febre Oropouche são semelhantes aos da dengue e incluem:
- Febre
- Mal-estar
- Dores no corpo e cabeça
- Artralgia (dores nas articulações)
- Diarreia
- Tontura
- Náusea
O infectologista Werciley Vieira Jr. destaca que as dores na febre Oropouche costumam ser mais intensas do que na dengue. O diagnóstico é confirmado por exame PCR, que detecta o vírus no sangue, e testes sorológicos (IgG e IgM) para identificar anticorpos específicos.
A prevenção da febre Oropouche segue recomendações similares às da dengue e chikungunya: uso de repelentes, roupas de manga longa e calças, e proteção com telas e mosquiteiros. A doença ainda não tem tratamento específico, sendo o manejo voltado para alívio dos sintomas e manutenção da hidratação.