Em entrevista à CNN nesta segunda-feira, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deixou claro que não tolerará invasões de terras pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) em seu estado, uma das regiões alvo das ocupações e manifestações do “abril vermelho” deste ano.
“Não vamos permitir invasões em São Paulo”, afirmou Tarcísio. “Temos sido rápidos nestas desmobilizações”.
Na tarde de hoje, a direção nacional do MST anunciou a invasão de “24 latifúndios que nada produzem. Ou desrespeitam as leis trabalhistas e ambientais. E que, portanto, devem ser destinada à reforma agrária para a produção de comida de verdade que mate a fome do nosso povo”, conforme declarou a deputada Marina dos Santos (PT-RJ), identificada como dirigente nacional do MST.
Desde o início do mês, o MST tem ocupado terras em dois municípios paulistas, Agudos e Campinas, incluindo a Fazenda Mariana. De acordo com o movimento, a área de cerca de 200 hectares está sob administração de uma empresa do setor imobiliário, e há anos não cumpre sua função social, estando “tomada por pastagem degradada”. Além de São Paulo, outras dez unidades federativas foram alvo de invasões até o momento, incluindo Bahia, Pernambuco, Ceará, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Goiás, Sergipe, Paraná, Rio Grande do Norte e Pará.
O MST também está mobilizado em 14 estados, com 27 ações em andamento, entre invasões, marchas e protestos.
Essas invasões integram o movimento “abril vermelho”, realizado anualmente em memória do massacre de Eldorado dos Carajás, que em 1996 resultou na morte de 19 pessoas. Durante este período, o movimento tradicionalmente promove marchas e invasões.
No mesmo dia, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a alocação de R$ 520 milhões para a primeira fase do programa “Terra da Gente”, que visa disponibilizar terras improdutivas e devolutas da União, entre outras origens, para a reforma agrária.
