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A esgrimista ucraniana Olga Kharlan conquistou a medalha de bronze nas Olimpíadas de Paris, marcando sua quinta conquista olímpica na esgrima. Após uma remontada emocionante na qual derrotou a sul-coreana Choi Se-bin por 15-14, Kharlan, visivelmente emocionada, ergueu a mão em sinal de vitória e, em seguida, desabou em lágrimas. “Isso é muito especial para mim, é infinitamente especial. É para os atletas do meu país que não puderam estar aqui porque a Rússia os assassinou”, declarou a atleta de 33 anos.
Durante a competição, Kharlan aproveitou o destaque para expor a difícil situação de seu país. “Vocês não sabem o quanto é difícil se preparar e se concentrar na competição quando você está em casa, sob ataques, todos os dias”, acrescentou.
O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, estava presente durante a final e foi um dos primeiros a parabenizar Kharlan. O gesto foi significativo, pois a esgrimista havia recebido uma carta de Bach assegurando sua participação em Paris 2024, apesar das dificuldades. Desde o início do conflito com a Rússia, Kharlan se tornou uma voz poderosa e visível, tendo sido desclassificada no Mundial de julho de 2023 por não cumprimentar a russa Anna Smirnova após uma vitória na competição individual de sabre feminino.
Na ocasião, Smirnova se recusou a deixar o tapete, permanecendo parada diante dos juízes por quase uma hora, o que atrasou o andamento da competição e impediu o uso da pista. Em um vídeo do evento, é possível vê-la esperando sentada em uma cadeira enquanto aguardava uma punição para Kharlan, que acabou sendo desclassificada.
No entanto, tudo isso ficou para trás em Paris, onde Kharlan voltou a subir ao pódio. “Esta é uma mensagem para toda a Ucrânia e para o mundo. Sou ucraniana, meu sangue é ucraniano, e quero dizer que os ucranianos nunca desistimos. Não vamos desistir”, afirmou ao diário As. Desde o início do conflito em fevereiro de 2022, cerca de 400 atletas ucranianos faleceram, segundo o Ministério do Esporte da Ucrânia.
Kharlan, que vive e treina na Itália, tem minimizado suas visitas à Ucrânia devido ao risco constante. “No total, fui umas cinco vezes por uma semana”, comentou antes de receber sua medalha de bronze, visivelmente emocionada por ter sua família presente. “Minha mãe, minha irmã, meu avô… todos estavam aqui e é incrível. Quando eles vêm me ver, sinto que estão seguros”, destacou.
Sobre o futuro, Kharlan concluiu: “Não sei se estes serão meus últimos Jogos, mas acredito que vou parar um tempo depois de Paris. Serão meus quintos Jogos e quero envelhecer, formar uma família e ter uma vida diferente. Além disso, quero ter mais tempo para estar em casa, temos trabalho a fazer.”