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Neste domingo (16), Jones Manoel, militante comunista e membro tanto do comitê regional do Partido Comunista Brasileiro (PCB) em Pernambuco quanto do comitê central nacional, revelou que foi expulso da direção do partido. A expulsão ocorreu após ele fazer críticas à ausência de uma política de segurança no partido, diante das ameaças de morte que ele e sua família receberam. Além disso, o historiador disse não ter concordado com a política internacional aprovada em um congresso do PCB. “Quando não podem calar os críticos, os perseguem”, disse o ativista de extrema esquerda.
A seguir, segue a declaração de Jones Manoel em rede social:
Camaradas: no XVI Congresso do PCB (2021) fui eleito para o Comitê Regional de Pernambuco (na etapa estadual) e para o Comitê Central do partido (na etapa nacional). Porém, no último dia 08, fui expulso de todas as instâncias de direção do PCB, em reunião do Comitê Central (e só vim a público agora esperando acabar a tarefa da UJC no Conune.
Ao contrário da maioria do CC que nada fez para ajudar no Conune, tenho compromisso com o trabalho positivo dos comunistas). O processo que me condenou fere nossa forma organizativa, resoluções e estatuto.
Dentre os vários absurdos do processo, ressalto que só tive acesso ao conteúdo e caráter da acusação no dia do “julgamento”. A comissão disciplinar foi instituída ferindo nossas resoluções, me chamaram para uma oitiva irregular, sem me explicarem o conteúdo da acusação, sem processo disciplinar aberto pelo meu organismo e não recebi previamente o relatório da comissão para preparar minha defesa.
Para piorar, uma circular da CPN desceu essa semana, mentindo ao dizer que fui informado pelos membros da Comissão que o camarada Jones havia sido avisado de seu direito a ter acesso à documentação referente a seu processo disciplinar, e havia sido convidado a participar de oitiva convocada pela Comissão,mas não solicitou a referida documentação nem compareceu a nenhuma das datas propostas, tendo preferido atacar a Comissão de Processo Disciplinar e a Comissão Política Nacional que a instituiu.””
Não gostaria de divulgar isso, mas não tenho o que fazer quando temos uma mentira divulgada para toda militância do Brasil e não existe meios internos de mostrar a verdade. Destaco ainda, como mostra o documento da Pasta 1, que no começo do ano, a CPN e a maioria do CC queria instituir um processo disciplinar contra mim porque critiquei no CR de Pernambuco a ausência de política de segurança do CC, no contexto de aumento das ameaças de morte e risco à vida de familiares meus!
Quando compartilhei o escrito do camarada Ivan Pinheiro denunciando a violação completa da política internacional aprovada no XVI Congresso do PCB, muitos camaradas apresentaram uma preocupação justa com a forma.
Mas, camaradas, se formou no CC do PCB uma maioria antileninista que não tem nenhum respeito pelo centralismo democrático, pelas resoluções congressuais, pelo nosso estatuto e que busca calar, constranger, boicotar e expulsar quem faz o debate e a crítica nas instâncias corretas.
Quando não podem calar os críticos, os perseguem (e centenas de militantes no Brasil estão passando pela mesma situação). Mas não é momento para desespero e desânimo.
Não vou nunca desistir do marxismo-leninismo, dos princípios da Reconstrução Revolucionária do PCB e da luta pela Revolução Brasileira! Camaradas, essas e outras arbitrariedades e perseguições não vão prosperar.
Nada de desanimo, de abandonar a militância, de desistir de construir um movimento comunista forte e vigoroso no Brasil. Vamos vencer! A luta de classes acontece em todos os âmbitos da sociedade, inclusive dentro do partido comunista. E não existe conciliação na luta de classes!
Estou combatendo justamente aqueles que no PCB, dentre outras coisas, não querem que o PCB seja oposição à esquerda ao Governo Lula e sustentam a fórmula patética e pelega de “independência ao governo” (uma fórmula parlamentar que não diz nada e é reformista).