O presidente russo, Vladimir Putin, assinou nesta segunda-feira (21) dois decretos reconhecendo o “reconhecerá a independência das regiões da República Popular de Donetsk e da República Popular de Luhansk, no leste da Ucrânia.
Além disso, o chefe de Estado e os chefes das regiões separatistas assinaram acordos de amizade, cooperação e assistência entre a Federação Russa e as repúblicas. Putin parabenizou Denis Pushilin e Leonid Pasechnik pela assinatura desses acordos.
A cerimônia de assinatura foi exibida pelo canal de TV Rossiya 24 imediatamente após o discurso televisionado de Putin , no qual ele anunciou sua decisão de reconhecer com autodeclaradas Repúblicas de Donetsk e Luhans.
“Considero necessário tomar uma decisão muito atrasada. Reconheça imediatamente a independência e a soberania das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk”, disse Putin.
“A situação no Donbass voltou a ser crítica, aguda”, disse o presidente, acrescentando que Kiev está novamente tentando organizar uma blitzkrieg no Donbass. Ele observou que a Rússia tem todo o direito de tomar medidas de retaliação para sua segurança. “Vamos continuar assim”, disse o presidente.
“Você quer a descomunização? Podemos mostrar o que é a verdadeira descomunização”, disse Putin, dirigindo-se à Ucrânia. Ele também afirmou que “a Ucrânia nunca teve sua tradição estável de verdadeiro estado”. “A Rússia tem o direito de tomar medidas de segurança de retaliação, e é exatamente isso que faremos”, disse Putin. As discussões do presidente sobre a Ucrânia duraram quase uma hora. Em conclusão, disse que considera “é necessário tomar uma decisão em atraso – reconhecer as regiões separatistas.
Putin disse ainda que já havia assinado o decreto. O líder pediu ao parlamento para apoiar esta decisão. “Rússia 24” imediatamente mostrou a cerimônia de assinatura dos decretos reconhecendo Donetsk e Luhans. Juntamente com os chefes das autoproclamadas repúblicas, assinou o Tratado de Amizade, Cooperação e Assistência Mútua. “Parabéns”, Vladimir Putin disse a Denis Pushilin e Leonid Pasechnik.
Segundo Putin, os líderes ucranianos seguiram sua política sob o ditado dos radicais, e radicais se tornaram autoridades insolentes e impuseram sua vontade às autoridades. Ele acrescentou que “Maidan não conseguiu a democracia e do progresso”.
As pessoas na Ucrânia não têm dinheiro para pagar contas de serviços públicos. Eles têm que sobreviver.
O Ocidente tem alertado repetidamente a Rússia para não reconhecer as regiões separatistas em Donetsk e Luhansk – uma medida que efetivamente enterra um frágil processo de paz na região.
O anúncio de Putin abre caminho para que a Rússia envie abertamente tropas e armas para o conflito de longa data que coloca forças ucranianas contra rebeldes apoiados por Moscou.
UE vai reagir com sanções após Putin reconhecer separatistas da Ucrânia
Líderes da União Europeia denunciaram a decisão do presidente Putin e alertaram que o bloco reagirá com sanções.
“O reconhecimento dos dois territórios separatistas na Ucrânia é uma violação flagrante do direito internacional, da integridade territorial da Ucrânia e dos acordos de Minsk”, tuitaram os chefes da UE Ursula von der Leyen e Charles Michel.
“A UE e seus parceiros reagirão com unidade, firmeza e determinação em solidariedade com a Ucrânia”, disseram.
Em uma declaração conjunta, von der Leyen e Michel disseram: “A União reagirá com sanções contra os envolvidos neste ato ilegal”.
