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John Barnett, ex-gerente de qualidade da Boeing e denunciante conhecido por suas críticas à empresa, foi encontrado morto em sua caminhonete em um hotel de Charleston, Carolina do Sul, no último sábado (9). A polícia investiga o caso como um possível suicídio. A informação foi relatada pela BBC.
Barnett, de 63 anos, estava em Charleston para depor em um processo de retaliação contra denunciantes. De acordo com seu advogado, Brian Knowles, ele deveria ter continuado o depoimento na manhã de sábado, mas não compareceu. Preocupados, seus colegas solicitaram ao hotel que verificasse o bem-estar de Barnett, e o encontraram sem vida em seu veículo.
Histórico de denúncias e críticas à Boeing
Barnett trabalhou na Boeing por quase três décadas, 28 delas na fábrica de Everett, Washington. Em 2010, ele foi transferido para a nova fábrica da empresa em Charleston, onde se deparou com o que considerava práticas inseguras e negligência na produção do 787 Dreamliner.
Em 2019, Barnett tornou-se um denunciante público, alertando sobre as falhas nos processos de controle de qualidade da Boeing e a pressão para ignorar defeitos para acelerar a produção. Ele concedeu entrevistas a diversos veículos de imprensa, inclusive à ABC News da Austrália, onde declarou: “Depois que você entender o que está acontecendo dentro da Boeing, verá por que estamos vendo esses tipos de problemas”.
A polícia de Charleston está investigando a morte de Barnett como um possível suicídio, mas ainda não há conclusões definitivas. A família e amigos do ex-funcionário da Boeing pedem uma investigação completa e justa, questionando se o estresse e as represálias sofridas por suas denúncias podem ter contribuído para sua morte.
A morte de John Barnett reacende a discussão sobre a segurança na indústria da aviação e o papel dos denunciantes em expor práticas negligentes. O caso também levanta questionamentos sobre a cultura interna da Boeing e o tratamento dado aos seus funcionários que ousam questionar as práticas da empresa.
