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O dólar passou por um leve ajuste de alta nesta quarta-feira, depois da forte queda da véspera que derrubou a moeda a uma mínima em quatro meses, com investidores optando pausar as vendas num dia de hesitação também no exterior.
O dólar à vista subiu 0,27%, a 5,2422 reais na venda, depois de oscilar entre 5,2563 reais (+0,54%) e 5,2068 reais (-0,41%). Na B3, o dólar futuro tinha alta de 0,64%, a 5,2420 reais, às 17h.
Na terça, o dólar spot caiu 2,22%, a 5,2282 reais na venda, menor patamar para um encerramento desde 31 de julho passado (5,2185 reais).
A pausa no movimento foi percebida também no exterior, com o índice do dólar frente a uma cesta de rivais perto da estabilidade, rondando mínimas em dois anos e meio. Em Wall Street, as bolsas também ficavam no zero a zero, depois de baterem máximas recordes na terça.
Apesar de o dólar ter evitado mais um dia de queda no Brasil, analistas avaliam que no geral o cenário é desfavorável à moeda norte-americana, tanto por causa do otimismo externo (que trouxe de volta fluxo de estrangeiro ao país) quanto pelos sinais mais recentes de compromisso fiscal da parte do governo, além do apoio do Banco Central ao câmbio.
“O casado de dólar está saindo no negativo, com o resto do mercado bem-comportado… Tem excesso de derivativo no mercado”, disse Vitor Péricles, economista e sócio-gestor da LAIC-HFM Gestão de Recursos, referindo-se às vendas de swaps cambiais tradicionais pelo Banco Central e à taxa do cupom cambial de curto prazo (casado).
“Será mesmo necessário o BCB vender mais swaps do que a rolagem para ajudar a zeragem de overhedge?”, questionou.
O BC começou nesta semana a ofertar 16 mil contratos de swap cambial para rolagem do vencimento janeiro, ante lote de 12 mil contratos disponibilizado antes. Se mantiver essa quantia até o fim de dezembro, com colocação integral, o BC terminará negociando pelo menos 9 bilhões de dólares a mais do que o estoque desses papéis a vencer em 4 de janeiro (11,798 bilhões de dólares).
Com a perspectiva de mais liquidez vinda do BC e um ambiente externo positivo, o dólar acumula baixa de 1,6% nesta semana ante o real. Em novembro, a moeda perdeu 6,82% –maior baixa mensal desde outubro de 2018 (-7,79%) e a mais forte para meses de novembro desde pelo menos 2002.
(Reuters)